quarta-feira, 3 de junho de 2009

Com a Copa, Cuiabá “renasce” a espera de responsabilidade política

Edilson Almeida
Redação 24 Horas News












Se existe uma data importante na história de Cuiabá, o dia 31 de maio certamente vai passar ao livro de história. Uma história que começa a ser contada a partir de agora, com o surgimento de uma cidade moderna, confortável, de oportundidades, mas, sem nunca, jamais, em qualquer tempo, perder o que se tem de melhor: o "calor humano".
Que venha a Copa de 2014


Está consumado!! Cuiabá será sede de jogos do Mundial de Seleções, o maior evento esportivo do planeta, que acontecerá no Brasil no ano de 2014. O anúncio oficial saiu da reunião dos integrantes do Comitê Executivo da Federação Internacional de Futebol Associados (FIFA), reunidos em Nassau, nas Bahamas, e foi feito durante entrevista coletiva concedida pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e pelo secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke. A confirmação, esperada há dias, foi comemorada com entusiasmo em diversos pontos da cidade e em várias municípios próximos, como Nobres, Chapada dos Guimarães e Poconé. Nesta segunda-feira, dia 1º de junho, nasce uma “nova Cuiabá” para o futuro.

Pela situação atual, a cidade não merecia. Cuiabá enfrenta hoje problemas graves, que vão exigir das autoridades muito esforço e, da população, paciência para que o sonho de uma Capital moderna desponte no decorrer da contagem regressiva até a abertura dos jogos. O aspecto de Cuiabá, no momento, é sombrio, principalmente no que diz respeito a mobilidade urbana: há carros demais, para vias de menos. A cidade é ainda açoitada por soluções equivocadas, sem qualquer tipo de planejamento, com flagrantes inversões de valores na hora de definir as prioridades. Cuiabá está literalmente remendada.

Perto de completar 300 anos, a “eterna Capital de Mato Grosso” vai ganhar um impulso jamais visto. Estão previstos, entre muitos outros investimentos, as duplicações do trecho da Rodovia Emanoel Pinheiro, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães; da MT-351, entre a Capital e o Lago de Manso; a duplicação da Rodovia dos Imigrantes, a chamada “circular Sul da Grande Cuiabá”; da Rodovia BR-364/163, entre Cuiabá e Rondonópolis; e da MT-060, entre Cuiabá e Poconé, a porta de acesso ao Pantanal; além do trecho da BR-163, até a cidade de Nobres, onde se localiza também um dos Santuários Naturais do Estado. Estão previstos ainda investimentos públicos na restauração e construção de pontes de Concreto e criação da Rodovia Ecológica Transpantaneira MT-060, entre Poconé e Porto Jofre.

É possível que saia um “novo aeroporto”. O atual, o Marechal Rondon, em Várzea Grande, está longe de ser uma edificação para receber turistas. Mal sustenta o fluxo atual. A Estação Rodoviária da cidade também vai ter que receber grandes investimentos, especialmente no campo da segurança e modernização. Mesmo tendo sido avaliado pela revista Quatro Rodas como um dos cinco terminais que melhor atendem a população, a Rodoviária de Cuiabá não oferece condições adequadas para atender a demanda de uma competição como a Copa do Mundo.

A cidade conta com seis avenidas que são consideradas de fácil mobilidade, mas que, em verdade, vão precisar de ampliação e melhorias consideráveis. Em algumas dessas chamadas “vias rápidas”, para se ter uma idéia, a Secretaria de Transportes Urbanos da Prefeitura “travou” o trânsito com a colocação de quebra-molas, considerado ícone do terceiro mundo, e inverteu o fluxo de veículos em retorno. Pior: apesar dos protestos, não se tomou qualquer providência.

A par dos problemas de ordem estrutural, a cidade conquistou o direito de sediar os jogos da Copa do Mundo por uma conjugação de esforços políticos, organizacionais e estratégicos. Da utopia, ao sonho, chegando a realidade, as autoridades, nesse ponto, merecem destaque: se organizaram e trabalharam para tal, aproveitando cada detalhe. Liderados pelo governador Blairo Maggi, um “pé frio” quando se trata de torcer para o União de Rondonópolis, mas que soube usar toda sua fama de executivo privado de sucesso no mundo dos negócios – no caso, do agronegócio - apresentou um projeto consistente. Na vistoria da Fifa a Cuiabá, mostrou o extrato da conta bancária reservada para a Copa com um saldo de R$ 100 milhões, prontos para serem investidos. Meio caminho andado!

Outro aspecto que pode ser considerado preponderante na disputa que a Capital travou contra Mato Grosso do Sul, pelo menos do ponto de vista da ambientação social, diz respeito à estratégia usada para atrair as atenções dos que decidem. Articulado politicamente, Cuiabá “se vendeu”, mostrando o que tem de melhor. Em nenhum momento a organização fez ataques a Campo Grande, capital sul mato-grossense que sonhava em abrigar a Sede do Pantanal. Ao contrário do que fizeram por lá em relação a Cuiabá. Soberbos em seus jardins se esqueceram de fazer o dever de casa e quando acordaram para a realidade, já estava consumado a ser mero coadjuvante no processo. Quem sabe a Capital de Mato Grosso do Sul consiga dar um hotel para hospedagem da Seleção do Paraguai em 2014 – quiçá os vizinhos se classifiquem. Ou seja: os políticos campograndenses terão que torcer para o Paraguai e “chupar manga bourbom”. De seu turno, a população de Cuiabá fez sua parte, indo às ruas e demonstrando seu calor humano. Como aconteceu no entusiasmo deste domingo.

Ajuda a explicar o sucesso de Cuiabá a questão geográfica favorável. Localizada no Centro Geodésico da América do Sul, Cuiabá conta com efetivos ambientais e ecológicos próximos ao centro urbano. Fora isso, dispõe de uma riquíssima arquitetura, onde vários casarões já foram tombados pelo patrimônio histórico nacional, além de haver um projeto para a criação e tombamento de todo o Centro Histórico da Cidade, tornando-o patrimônio da Humanidade. Nesses 300 anos, a religiosidade sempre se fez presente na cultura cuiabana e isso é visto no número de templos religiosos e igrejas espalhadas pela cidade. Uma mais pela que a outra, com arquiteturas fantásticas.

“O privilégio de Mato Grosso dispor de três ecossistemas importantes - a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado - por si só determina os elementos diferenciais. Além disso, o fato de Cuiabá ficar numa posição central na América do Sul, como centro geodésico, é um importante dado logístico para os países sul-americanos de tradição futebolística” – disse o governador Blairo Maggi, que comemorou a indicação como um torcedor fanático, ao lado do não menos fanático Wilson Santos: "Essa escolha foi o reconhecimento da hospitalidade do povo cuiabano e uma homenagem às nossas belezas naturais", disse o prefeito.

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