segunda-feira, 15 de junho de 2009

Desencontro no Governo // Lobão critica pasta do Meio Ambiente


Genebra (AE) - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, critica ambientalistas e alerta que autoridades dentro do próprio governo estariam "exagerando" na implementação de leis ambientais. A disputa entre ambientalistas e outros setores do governo vem causando polêmica. Lobão, que chegou junto ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Genebra e segue para uma reunião na Rússia com os países emergentes, defendeu uma posição diferente a dos ambientalistas. "Hoje, usamos apenas um terço de nossa capacidade hidrelétrica. Teríamos o potencial de gerar 200 mil megawatts de energia. Mas as dificuldades criadas pelo Meio Ambiente criam embaraços para a construção", disse o ministro, que aponta que só pode construir sem a formação de lagos.

"É possível que haja uma interpretação excessiva (das leis ambientais)", disse Lobão. "As pessoas esquecem que precisam de energia. O Brasil não pode ter mais apagões. Questionado se suas críticas eram ao Ministério do Meio Ambiente, Lobão apenas sorriu. "As pessoas precisam entender que, se esses embaraços ocorrem, quem acaba pagando mais caro pela energia são os consumidores", afirmou. "O embaraço de ambientalistas é um custo no bolso das pessoas", disse. Ele ainda adverte que, se a opções hidrelétrica não for facilitada, o Brasil terá de buscar alternativas que seriam "ainda pior" em termos ambientais. "Teríamos de buscar formas mais poluentes e mais caras", advertiu.

Edison Lobão não descarta nem mesmo voltar a debater o uso do carvão. O ministro acredita que pode inclusive importar tecnologia chinesa para reduzir o impacto ambiental do carvão. Ativistas de meio ambiente alertam que a China hoje é um dos piores poluidores do mundo e parte desse problema seria decorrente do carvão.

Lobão ainda voltou a defender que, até 2050, o Brasil tenham um total de 57 usinas nucleares. "Essa é uma energia sólida, limpa, barata e que devemos produzir no Brasil", lembrou. Hoje, o país conta com duas usinas e está produzindo uma terceira. "Em 2010, queremos iniciar a construção de duas no Nordeste e duas no Centro-Sul", afirmou Lobão. Segundo ele, os governos de Alagoas, Bahia e Sergipe já vieram pedir que a construção ocorra em seus estados.

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