segunda-feira, 8 de junho de 2009

Edifícios despertam para coleta seletiva do lixo e óleo


A coleta seletiva do lixo e de óleo de cozinha saturado (usado em fritura) começa a despertar a atenção e fazer parte da pauta das reuniões de condomínio de muitos prédios em Campo Grande. Resultado da conscientização de moradores e da sensibilização de Organizações não governamentais ligadas à preservação ambiental, essas reuniões mobilizam moradores que são sensibilizados para uma mudança radical de comportamento.
Sem mobilização, as pessoas não adquirem o hábito de separar o lixo seco do orgânico e despeja o óleo usado na pia da cozinha após o preparo de alimentos. De acordo com ambientalistas, a conscientização é o primeiro passo para novas atitudes que vão contribuir para a qualidade do meio ambiente. O descarte impróprio do óleo de frituras, por exemplo, é um fator preocupante, por ser uma prática altamente poluidora. Cada litro de óleo, quando descartado de maneira incorreta, pode afetar a oxigenação de até 1 milhão de litros de água. A solução é o reaproveitamento do óleo e a sua transformação em sabão, detergente, cosmético, resina para tintas e biodiesel.
No Condomínio Jardins do Jatobá e nos prédios Pablo Picasso e Tom Jobim, por exemplo, a adoção do sistema de separação do lixo ganhou a adesão dos moradores. O síndico do edifício Pablo Picasso, Vicente de Paula acredita que a conscientização é o caminho para gerar o engajamento nesse processo de coleta diferenciada. “Acredito que as campanhas internas são fundamentais e que depois delas as atitudes mudam”, afirma Vicente. Após o processo de separação do lixo seco, agora a próximo desafio será a nova destinação do óleo de cozinha. “Em vez ir para a rede de esgoto passará a ser recolhido em vidros ou garrafas pet e terá um descarte ecologicamente correto”, afirma.
No condomínio Jardins do Jatobá, a seleção do lixo reciclável é uma atitude que começou há dois anos, porém todo esse período foi usado para mobilizar e criar hábitos. O subsíndico Paulo Roberto de Carvalho Silva comenta que é importante envolver todos na campanha de coleta do lixo inorgânico. Ele comenta que as empregadas domésticas são profissionais importantes neste processo. “São elas que ficam no apartamento a maior parte do tempo e contribuem em atitudes simples como separar o vidro, plástico, metal e papel dos resíduos orgânicos consumidos pela família”, observa. Outro grupo importante, segundo Paulo Roberto, é o de jovens e crianças que participa de forma expressiva das campanhas internas.

Parcerias geram destinação correta do lixo reciclável e do óleo de cozinha usado

O óleo utilizado na fritura de batatas fritas, salgadinhos, carnes e outros inúmeros pratos que vão às mesas dos moradores do Condomínio Jardins do Jatobá já tem destinação certa. Parceria feita com a Associação Santuário das Águas, uma Organização Não Governamental vai permitir, por meio do projeto Reciclóleo, que o óleo de cozinha usado seja reciclado e transformado em biodiesel. De acordo com o coordenador da Ong, Jorge Medeiros a falta de informação faz com que o lixo e o óleo de fritura se transformem em um grande problema. “Muitas pessoas ainda não têm hábito da coleta seletiva e desconhecem os malefícios causados pelo despejo ou mesmo pelo mau armazenamento\", afirma. No condomínio, a coleta seletiva do lixo já é uma realidade, a expectativa, a partir de agora, é de grande adesão dos moradores na separação do óleo usado.
Segundo Jorge Medeiros, as dúvidas quanto à destinação adequada do óleo de cozinha usado é muito comum. O óleo comestível (azeite, por exemplo) ou saturado, quando jogado na pia, chega às redes de esgotos e vai causando danos por onde passa formando uma crosta gordurosa nas paredes dos canos, o que dificulta a passagem da água. Ao chegar nas redes coletoras causa problemas de drenagem e retenção de objetos sólidos.
Armanezar o óleo de cozinha e destinar à coleta comum do lixo é outro erro. O recipiente pode se romper e contaminar o solo da aterro sanitário. Medeiros lembra ainda que quando o óleo é jogado em solos, ele o impermeabiliza, dificultando o escoamento da água das chuvas e aumentando o risco de enchentes ou entra em decomposição, soltando gás metano durante esse processo, causando mau cheiro, além de agravar o efeito estufa.
“Iniciativas como essas nos ajudam a ter uma relação mais responsável com a natureza e contribuir para a preservação do meio ambiente”, defende Francisco Bayardo, morador do condomínio Jardins do Jatobá. Ele argumenta que o comprometimento tem de ser de todos e que já não dá mais para ficar alheio aos problemas ambientais. Defensor da coleta seletiva do lixo e agora do óleo de cozinha saturado, o morador Paulo Cavalcante dá o exemplo. Em seu apartamento, o lixo seco vai para o recipiente especial e que tem como destinação a cooperativa Coopervida que coleta duas vezes por semana todo o material separado pelas 300 famílias que vivem no condomínio.

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