GOVERNO DISCUTE ANULAÇÃO DE DECRETOS QUE CAUSARAM CONFRONTO

LIMA, 16 JUN (ANSA)- O governo peruano discutirá hoje em uma mesa de trabalho o pedido de revogação dos decretos que permitem a exploração de recursos naturais na Amazônia peruana, como pedem as comunidades indígenas da região.

Ontem, após visitar a região amazônica, onde há duas semanas uma repressão policial terminou na morte de mais de 30 pessoas, o presidente do Conselho de Ministros do Peru, Yehude Simon, pediu ao Congresso que aprove a anulação de duas das polêmicas normas, como pedem os nativos.
Os decretos presidenciais 1090 e 1064, aprovados pelo mandatário do país, Alan García, fazem parte de uma série de medidas que tem como objetivo viabilizar o Tratado de Livre Comércio (TLC) firmado com os Estados Unidos, em vigor desde fevereiro passado.
"Entendo que os congressistas podem estar mortificados, mas entendo que eles querem o mesmo que a gente (...) Peço aos senhores congressistas que nos entendam, que nos apóiem, não como pessoas, mas sim pelo Peru", disse o premier ao voltar do centro do país, onde se reuniu com representantes de 390 comunidades amazônicas.
Segundo Simon, o governo discutirá hoje o tema, para depois submetê-lo ao Congresso. Na última semana, os decretos foram suspensos por tempo indeterminado, mas não anulados, como pedem os indígenas.
Também foi acordada a criação de uma comissão multipartidária, que terá 120 dias para investigar os fatos ocorridos na cidade de Bagua.
No último dia 5, Bagua foi cenário de uma violenta repressão que terminou na morte de pelo menos 34 pessoas. O conflito começou quando autoridades tentaram desbloquear uma estrada, que estava fechada por manifestantes locais.
Os indígenas realizam os protestos há mais de dois meses contra os decretos que, segundo eles, permitirão a exploração indiscriminada dos recursos da região, causando um grave dano ao meio ambiente. (ANSA)


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