segunda-feira, 15 de junho de 2009

Meio ambiente

15/06/2009
Quando se fala em meio ambiente logo nos vêm à cabeça aquecimento global, desmatamentos e a lembrança constante de que o Brasil é um dos cinco maiores poluidores do mundo. Desde os anos 80 a política ambiental continua a mesma. Não se tem notícia de verdadeiras mudanças, de se preocupar com a urbanização dos solos. Muito me surpreendeu quando assisti a uma reportagem sobre um lugar chamado “Ilha das Flores”, no sul do país. Sabemos que o lixo cheira mal, suja e ainda dissemina doenças, mas a realidade vivida pelos habitantes do local é prova cabal de que lá Deus foi esquecido e/ou não existe. Todo o lixo da cidade é depositado em “Ilha das Flores”, que também abriga uma pocilga particular.

Quando o lixo chega à ilha é separado pelos empregados da pocilga e classificado em adequado e não adequado para os porcos. O lixo não adequado para os animais é divido entre mulheres e crianças que moram no local, que, em grupos de dez, têm cinco minutos para a escolha de seu alimento. O tomate plantado pelo senhor “X”, trocado por dinheiro em um supermercado e que foi descartado por alguma dona de casa, e ainda que fosse recusado pelos porcos, está agora disponível para os seres humanos da “Ilha das Flores”.

O relato acima fere abruptamente o artigo 1º, inciso I e IV do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), onde se considera impacto ambiental qualquer forma de energia ou matéria resultante de atividade humana que afete a saúde, a segurança, o bem-estar da população e as condições do meio ambiente.

De um lado está a miséria dos menos assistidos e de outro o descaso com as leis e a impunidade daqueles que deveriam dar o exemplo. O que deve ocorrer é a união de forças entre o poder público - que dita as diretrizes defendendo e preservando o meio ambiente - e a coletividade que deve se educar e ser educada nas questões ambientais. “O dever deve ser solidário e as responsabilidades compartilhadas”. A ação deve ser conjunta, contribuindo para a desaceleração de tudo o que polui o ambiente.

Devemos estar sempre atentos para que a urbanização e a disciplina do uso do solo sejam tratadas com seriedade pelos municípios. Cabe ao poder público estabelecer o desenvolvimento das funções sociais da cidade e a garantia do bem-estar de todos os seus habitantes.

Os “lixões” são uma realidade, é fato. Devemos enxergá-los como prioridade nas urbanizações, pensando em transformar o descarte de lixo em algo produtivo, como a produção de biocombustível. O respeito à natureza como mãe e a dignidade da existência humana estão interligadas à consciência ambiental plena e coletiva. Por isso, temos que os que nos curvar à educação.

“Será que somos capazes de compreender e de sobrepujar a natureza ambiental ao nosso modo de vida nada ecológico?”


A autora, Elaine Vieira, é advogada coordenadora do escritório Vinhas de Bauru

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