quarta-feira, 3 de junho de 2009

Pirarucu tem mercado promissor no Brasil e no Exterior

Projeto integrado quer garantir mercado para o peixe amazônico

Filé, costela, medalhão e carpaccio de pirarucu. Para que esses cortes do peixe estejam no mercado com regularidade ainda será preciso mais cinco anos. Essa é a expectativa apontada por Martin Halverson, consultor do ‘Projeto Integrado de Desenvolvimento do Pirarucu da Amazônia’, apoiado pelo Sebrae.

– Daqui a cinco anos, o pirarucu deve virar uma grande vedete no Brasil. Vai ser o peixe que todo mundo quer conhecer o sabor. Será o esquema de experimentar, gostar e falar para os outros que é bom – prevê o consultor.

Mas ele também diz que, nos próximos anos, a demanda ainda será maior que a oferta. Os técnicos do projeto já apontam que é preciso trabalhar essa questão.

– Precisamos fechar o ciclo produtivo para termos entrega regular em todos os meses do ano. A idéia é escalonar a produção. Esse será o objetivo de um próximo projeto do Sebrae, que deve começar no fim de 2010 – adianta a coordenadora regional do projeto, Roberta Figueiredo.

A previsão de que a demanda será alta está sustentada por pesquisa de mercado realizada pelo Sebrae. Os dados ainda estão sendo analisados e devem ser divulgados a partir de julho. De dezembro de 2008 a março deste ano, chefs de cozinha, donos de restaurantes, redes de supermercados e entrepostos tiveram conheceram a carne desse peixe da Amazônia.

Seis Capitais participaram da pesquisa: Belém (PA), Recife (PE), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Brasília (DF). Em média, dez restaurantes de cada local, que já tinham peixe no cardápio, foram escolhidos para a pesquisa. Os chefs receberam a carne do peixe proveniente das unidades de observação do projeto, localizadas na Região Norte, e criaram receitas. Nesse processo, tiveram oportunidade de verificar o comportamento da carne durante a elaboração dos pratos, a aparência do produto e a facilidade ou não do preparo.

O mesmo procedimento foi realizado em supermercados para que os gerentes de compra avaliassem se terão público para o peixe, se comprariam e que valor pagariam pelo produto. A pesquisa também foi aplicada às principais peixarias, a atacadistas e aos consumidores que tiveram oportunidade de degustar o produto em supermercados.

– Os dados preliminares nos indicam que o pirarucu será um peixe forte no mercado. Os chefs gostaram muito da carne – assegura Roberta.

O filé do peixe é vendido a R$ 25 o quilo. Bem lucrativo perto do filé de tambaqui, outro peixe da região, que alcança R$ 6 o quilo. Pela experiência de Martin, no exterior o pirarucu pode ser mais valorizado.

– Minha aposta é de que ele pode chegar a R$ 35 o quilo no mercado internacional – diz.

A dedução vem a partir do preço de peixes que ele considera ter a mesma qualidade e tipo de carne que o pirarucu. Martin cita como exemplo o esturjão, peixe de águas geladas famoso por ter suas ovas usadas na preparação de caviar.

– Nos Estados Unidos, o quilo desse peixe chega a R$ 60. Seria o peixe mais parecido com o pirarucu em termos de qualidade da carne – explica.

Gastronomia

A variedade de receitas com o peixe pode ser outro atrativo para que ele se sobressaia no mercado. O pirarucu tem um sabor que fisga qualquer um pelo estômago e sua carne aceita bem todo tipo de receita. No restaurante do empresário Elthon Lago, que também faz experimentos de reprodução do peixe em sua propriedade no município de Pimenta Bueno (RO), foram feitos deliciosos pratos à base de pirarucu para serem servidos à equipe de reportagem da Agência Sebrae de Notícias (ASN).

As receitas foram preparadas pela chef Cléo Ressetti, que trabalha com culinária há 13 anos. Ela é de Curitiba (PR) e há dois anos presta consultoria ao projeto do Sebrae.

– Fui contratada para dar treinamentos e especializar a mão-de-obra no preparo de peixes de água doce. Só conhecia peixe de água salgada – diz.

– Com o pirarucu é possível fazer muitas receitas. A carne aceita bem o preparo de uma moqueca a pratos internacionais. Pode ser grelhado ou frito. E também substitui bem o bacalhau em todas as receitas portuguesas – ensina Cléo.


AGÊNCIA SEBRAE

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