segunda-feira, 15 de junho de 2009

Preservação da Amazônia – Restrição – Pecuária é a Bola da Vez (Carne e Couro)

Autor: Antonio Carlos Alberti

Algumas semanas atrás passou no programa fantástico da rede Globo uma reportagem estimulando o boicote ao consumo de carne da pecuária proveniente da Amazônia. Para alguns parecia que era só mais uma reportagem de algum fanático ambientalista. Mas não, é uma ação organizada capitaneada pelo Greenpeace, que busca o envolvimento dos consumidores e posicionamento ambiental politicamente correto das grandes redes supermercadistas do País.

Suas ações e efeitos em cascata já estão aparecendo e conforme notícias publicadas pela Agência Estado, nesta semana que passou, as três maiores redes de supermercados do País (Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart) anunciaram que decidiram suspender as compras de carnes das fazendas envolvidas no desmatamento da Amazônia. E segundo a mesma agência de notícias, o Frigorífico Bertin informou que continuará atendendo a rede de supermercados do grupo Pão de Açúcar com matéria-prima proveniente de unidades fora do Estado do Estado do Pará.
No Pará, o ministério público, apresentou denúncia contra as fazendas de gado envolvidas no desmatamento ilegal da floresta, baseado no relatório da Organização não-Governamental (ONG) Greenpeace, que informa que carne e couro produzidos em áreas de desmatamento ilegal na Amazônia estão sendo vendidos por indústrias brasileiras.

Em nota divulgada pelo Bertin, o mesmo diz que interrompeu a compra de animais das fazendas mencionadas na recomendação do Ministério Público e que foram embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), desde o último dia 6.

E aí Rondônia? Aqui durante muitos anos se tentou adiar os ajustes ao marco regulatório da exploração florestal, com o governo do estado fechando os olhos e madeireiros burlando leis, não se adequando às novas demandas da questão ambiental e da sensibilização e posicionamento do consumidor. E agora? Como fica a pecuária do estado? Como ficam, a carne e o couro, produzidos aqui? E o leite?

Espero que as autoridades estaduais, e principalmente os políticos, não venham, mais uma vez, fazer política, ganhar votos, falando os que os pecuaristas da região querem falar e ouvir. A resistência é burra e cega! E vai só doer no bolso da população. O negócio é, e rápido, estudar um programa estadual, enquadrando a pecuária do estado neste cenário que está se formando e implantar esse programa com seriedade, e com divulgação a nível nacional.

E não brinquem dessa vez, pois segundo nota oficial da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as três grandes redes decidiram suspender as compras das 72 fazendas denunciadas no Pará e exigir dos frigoríficos as Guias de Trânsito Animal anexadas às notas fiscais. Ainda segundo a associação, também será pedido um plano de auditoria independente e de reconhecimento internacional que assegure que os produtos que comercializam não são procedentes de áreas de devastação da Amazônia. "O setor supermercadista, através da Abras, não irá compactuar com as ações denunciadas e reagirá energicamente", informou a nota.

Autor: Antonio Carlos Alberti – junho/2009.

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