segunda-feira, 8 de junho de 2009

Terça-feira, dia de lixo na escola

Alunos de escola de Jaraguá do Sul trocam material reciclável por brinquedos, livros e enfeites

Por volta das 13h30, os alunos do 3º ano da Escola Anna Töwe Nagel, de Jaraguá do Sul, saem da sua sala de aula carregados de sacolas de lixo. Alguns dos pequenos, com idade média de oito anos, mal conseguem carregar o que trouxeram, tamanha a quantidade de latinhas, garrafas plásticas, papel e papelão.

Em um pátio ao lado da escola, eles formam uma fila em frente a uma balança, operada por outra aluna, Cariane Klemz, 14 anos, que está no 9º ano. As crianças pesam suas sacolas, Cariane toma nota da quantidade de lixo e entrega um bilhete para os pequenos, que formam uma nova fila à frente da casa que serve como sede do projeto.

Lá dentro, as crianças mostram o bilhete para outra aluna que, dependendo da quantidade de lixo que foi trazida, indica quais os brindes que o jovem pode escolher. Nas prateleiras da pequena “loja” estão expostos brinquedos, livros e enfeites.

A maioria dos artigos é feita pelos próprios alunos do 9º ano a partir de materiais reciclados. Entre os produtos mais “caros”, estão os pacotes para presente feitos com de caixas de leite e papéis para coar café usados.

Essa rotina se repete todas as terças-feiras, desde que as aplicadas alunas Bruna Caroline dos Santos, Karla Schappo, Thayná Daiane Maba e Cintia Schmitz elaboraram o projeto “Troque, ganhe, ajude” para participar da feira científica da escola em setembro do ano passado.

Na feira científica, o trabalho não chegou a chamar muito a atenção dos colegas, dos professores e da direção, mas as meninas não desistiram. Voltaram a apresentar o projeto em novembro, na Conferência do Meio Ambiente da Escola.

Desta vez sim o trabalho conseguiu despertar o interesse dos professores e da direção, que começaram a trabalhar para colocá-lo em prática. Depois de algumas ações experimentais no fim do ano passado, o projeto entrou definitivamente na rotina da escola em fevereiro deste ano. A professora de ciências Maria Inês Peracchi é uma das mais empolgadas com o trabalho.

“É interessante notar como os alunos se entregam ao projeto. Eles se sentem participando de algo maior, além de aprenderem noções de coisas como empreendedorismo e da troca justa entre mercadorias”, diz a professora.

Todo o lixo recolhido pela escola é vendido para uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis. A maior parte do dinheiro arrecadado fica com a escola para realizar melhorias nas salas de aula e na biblioteca. Outra parte vai para o caixa das turmas do 9º ano para ajudar na festa de formatura do ensino fundamental no fim do ano.

“Não é muito dinheiro que arrecadamos. O principal mesmo é ajudar na preservação do meio ambiente”, diz Bruna, uma das idealizadoras do projeto.

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