quinta-feira, 7 de maio de 2009

Rios de SP são vítimas do descaso

Mais de um bilhão de litros de esgoto são jogados todos os dias no Rio Tietê e a quantidade de esgoto no Pinheiros é tão grande que se não fosse isso o rio teria pouquíssima água?

 
 

Mais de um bilhão de litros de esgoto são jogados todos os dias no Rio Tietê e a quantidade de esgoto no Pinheiros é tão grande que se não fosse isso o rio teria pouquíssima água? 

É uma pena ver no que se transformaram os nossos rios, em corredores de poluição. Por causa disso, tratar a água é quase impossível. 

Qual será o futuro dos nossos rios? Essa é a grande discussão que, a partir de hoje, você vai acompanhar nos nossos telejornais. 

Nossa reportagem foi até o outro lado do mundo, para ver o exemplo de desenvolvimento de uma grande cidade, que preserva suas águas. Carlos Tramontina para Seul, capital da Coreia. 

Ele vem sendo agredido há mais de um século. O Rio Tietê é um grande canal de esgotos, muito antes de São Paulo ser a maior cidade da América Latina. 

Em 1904, o primeiro prefeito da capital, Antônio da Silva Prado, com base no relatório do fiscal de rios e várzeas, já pedia ao governador providências contra os inconvenientes da descarga de esgoto no rio. 

Cem anos depois, a situação é praticamente a mesma. O Rio Tamisa em Londres foi despoluído. O Sena em Paris também. 

E porque nada muda na nossa capital? 

Dos 1100 quilômetros do Tietê, cerca de 130 estão poluídos e 34 cidades da região metropolitana sujam o mais paulista dos rios, despejando nele o esgoto das residências. 

O outro rio que corta a capital, o Pinheiros, também não tem vida. Ele nasce do encontro do rio Guarapiranga com o Rio Grande e deságua no Tietê. Sofre com o esgoto clandestino das moradias, com os resíduos das indústrias e com a quantidade de lixo que recebe nos períodos de chuva. 

Nós fomos para o outro lado do mundo, para a Coreia do Sul, conhecer uma experiência revolucionária. Em Seul, a capital, um córrego foi totalmente despoluído, e uma espécie de “Minhocão” coreano foi apagada da paisagem da cidade. Olha que Seul também tem mais de dez milhões de habitantes, muitos carros e precisa dos viadutos. 

Cheong gye é o córrego que na época do império dividia a cidade ao meio. Tinha 14 quilômetros de extensão e uma largura que variava de 20 a 85 metros. Em 78 ele foi canalizado. Com o crescimento da cidade a região ganhou pistas expressas para carros construídas em cima do córrego, pelo menos 60 mil prédios e mais de 100 mil pequenas lojas ao redor. 

Aí começaram os problemas na manutenção das pistas, na poluição da água, e surgiu o grande projeto de revitalização. As pistas expressas para os carros foram demolidas e parte do córrego aberto. Hoje o cheong gye tem vida e é motivo de orgulho para os coreanos. 

Um outro projeto grandioso da prefeitura de Seul envolve o Rio Han. Ele é muito maior que o nosso o Tietê. Só que ele é limpo, bonito e usado como área de lazer. 

Na semana passada, começamos a discutir o futuro dos nossos rios, Tietê e Pinheiros. A partir de hoje, nos nossos telejornais, vamos mostrar as transformações que fizeram de Seul um exemplo de preservação ambiental.

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