terça-feira, 23 de junho de 2009

SEMINÁRIO INTERNACIONAL

 por Jornal do Tocantins

Pensadores de várias partes do mundo se reúnem em Palmas 
para debater as crises globais enfrentadas pela civilização 

O planeta está à beira de uma crise civilizacional. Em 1950, éramos 2,5 bilhões de pessoas habitando a terra. Hoje, passamos dos 6,5 bilhões e, até 2050, as Nações Unidas estimam que contaremos 9 bilhões de habitantes. Será que o planeta pode suportar essa extraordinária expansão? 

A humanidade já experimenta uma série de sintomas dessa crise: escassez de alimento, degradação ambiental, falência ética e moral, descuido com as crianças e os idosos, marginalização dos pobres e dos excluídos do processo de produção. O modelo de civilização vigente na maior parte do planeta dá sinais de esgotamento: ao mesmo tempo em que promoveu o desenvolvimento econômico, científico e de infraestrutura, vem extenuando os recursos naturais e acentuando as desigualdades sociais. 

Para compreender as crises globais geradas por este modelo de civilização e propor ações de enfrentamento e superação, pensadores de diversas áreas e de diversos continentes vão se reunir a partir de amanhã, em Palmas, no Seminário Internacional Crise Civilizacional: Distintos Olhares - transição de paradigma de desenvolvimento nos países do Sul, cujas discussões envolverão temas como desenvolvimento sustentável, aquecimento global, crise energética, conservação ambiental, eqüidade e governança mundial.

Por sua localização geográfica estratégica - inserido na Amazônia Legal, um dos principais focos da atenção do planeta -, o Tocantins foi escolhido para sediar o encontro que segue até quarta-feira, dia 24. O evento acontece duas vezes ao ano, nos Hemisférios Sul e Norte. O último foi realizado em Santiago, no Chile. Durante os próximos três dias, mais de 20 palestrantes de várias partes do mundo e 450 participantes convidados discutirão os aspectos do modelo de desenvolvimento econômico vigente e buscarão compreender as crises globais geradas por esse sistema, com a expectativa de, ao final do encontro, propor ações para um novo pacto social entre os povos. 

Fome 

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) informou na última sexta-feira que o mundo ultrapassará, ainda este ano, a marca de 1 bilhão de famintos.

A alta nos preços dos alimentos levou mais 105 milhões de pessoas a passarem fome na primeira metade de 2009, segundo a chefe do Programa Alimentar Mundial (PAM) da Organização das Nações Unidas (ONU), Josette Sheeran. A média é de quatro milhões de novas pessoas com fome por semana. Em 2008, a fome no mundo atingia 963 milhões de pessoas. 

Corrupção

Um estudo da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) sobre o problema no Brasil demonstra que o país perde R$ 26,2 bilhões com os atos corruptos praticados. Esses recursos custeariam a construção de mais de um milhão de casas populares, que atenderiam cerca de 4 milhões de brasileiros. Estima-se que a corrupção no mundo consuma cerca de U$ 1 trilhão, o que corresponde a 1,5% do PIB mundial. (Fonte: ONG Contas Abertas, setembro/2007)

Desemprego

A OIT calcula que o ano de 2009 deve terminar com o número de desempregados no mundo variando de 220 a 239 milhões, com taxas de desemprego global entre 6,5% e 7,4%. A Organização calcula também que, entre 2009 e 2015, 300 milhões de emprego no mundo terão que ser criados só para absorver o crescimento da força de trabalho. 

Violência

Relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2005 apontava que a violência já matava mais de 1,6 milhão de pessoas no mundo por ano. A violência é a principal causa das mortes de pessoas com idades entre 15 e 44 anos.

Água 

A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, é suficiente para atender de 6 a 7 vezes o mínimo anual que cada habitante do Planeta precisa. Apesar de parecer abundante, esse recurso é escasso: representa apenas 0,3% do total de água no Planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aquíferos, nas calotas polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como pântanos, por exemplo. (Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental) 

Trabalho infantil 

Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), cerca de 218 milhões de crianças entre 5 e 17 anos trabalham no mundo, das quais 126 milhões realizam trabalhos perigosos.

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