Ambientalistas argumentam que cortes de árvores feitos pela Celesc para restabelecer energia favorecem proliferação de fungos Apoda de árvores executada pela Celesc durante esta semana para preservar a fiação elétrica, que fica ameaçada quando há temporais como o de segunda-feira, despertou a ira de ambientalistas. Segundo especialistas em Meio Ambiente e Urbanismo, os cortes ignoram a técnica necessária para podar garantindo a vida da árvore. O ideal, segundo ambientalistas, é que sejam cortados apenas os galhos que ameaçam os fios de transmissão de energia, sempre na diagonal e rente ao caule para evitar o acúmulo de água e a consequente proliferação de fungos nocivos à planta.
– Historicamente, a Celesc mutila nossas árvores e não só nos casos de emergência – reclama o biólogo Nelcio Lindner.
O gerente regional de Distribuição da Celesc, Cláudio Varella, explica que a estatal tem uma equipe especializada para a poda de árvores que ameaçam a fiação elétrica. Segundo ele, o trabalho de manutenção é orientado pela engenheira florestal da empresa. No entanto, em casos de emergência, quando é feita uma força-tarefa para restabelecer o serviço o mais rápido possível, nem sempre o funcionário que faz o corte é treinado para o trabalho ou tem tempo para executá-lo de forma a preservar a vida da planta.
– Se fôssemos fazer a poda certinha nesses casos, as pessoas ficariam 10 horas sem luz. Daí quero ver quem iria gostar – argumenta Varella.
Para Lindner, a pressa não é desculpa para descuidar das árvores. Ele explica que, nesses casos, o corte deve ser impermeabilizado no dia seguinte, com material adequado, que pode ser tinta de alvenaria. A impermeabilização é importante para cicatrizar o corte e evitar a proliferação de fungos.
Uma maneira de solucionar o problema, sugere o pós-doutorado em Arquitetura, Urbanismo e Meio Ambiente pela Universidade Sorbonne de Paris e professor da Furb, Vilmar Vidor, é transferir a fiação para galerias subterrâneas, como foi feito na Rua XV de Novembro. Varella diz que o custo de implantação inviabiliza a mudança:
– Foi feito um orçamento e só para o Centro seriam necessários R$ 100 milhões
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