Acelerar o crescimento econômico significa haver oportunidades para a dinamização da cadeia produtiva, para o alargamento da oferta de postos de trabalho, para contratações de múltiplas empresas de apoio operacional e, por fim, para a superação dos ciclos recessivos decorrentes de fatores externos. Por isso, a miopia política deveria dar lugar a um mutirão de entusiasmo para com os empreendimentos que conseguem transformar as turbulências econômicas em fase de progresso material desejado por todos.
Pelo que se observa, a crise energética que castigou o País, em 2001, não foi suficiente para ensinar à elite política a necessidade de observar o planejamento estratégico, de médio e longo prazos, e de executar os projetos prioritários para expandir a infraestrutura básica no setor energético. Depois de 21 anos de projetada, a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, vem sendo embargada mesmo depois de o governo ter realizado o leilão para construí-la numa guerra sem trégua.
Tornou-se rotina o engajamento total de supostos grupos autoproclamados defensores da natureza contra qualquer iniciativa capaz de alterar, em menor escala, o meio ambiente. A Amazônia isolada, fechada em si, serve apenas para sua autodestruição promovida pelos bandos de exploração oportunista nela radicados e onde não há a presença do Estado, nem o respeito às instituições jurídicas nacionais.
Diante da enxurrada de críticas ao projeto original de Belo Monte, o governo refez o projeto da obra, tornando-a compatível com as peculiaridades ambientais da Amazônia. Ainda assim, a hidrelétrica terá capacidade instalada de 11.233 MW, potencial variável em razão do volume de chuvas da região; representará investimento mínimo estimado em R$ 19 bilhões, mas que poderá ultrapassar R$ 30 bilhões; e, quando concluída, terá condições de elevar a oferta de energia para o Sistema Interligado Nacional, beneficiando todo o País.
A 3ª maior hidrelétrica do mundo representará um passo avançado à penetração do progresso na selva, oferecendo o insumo indispensável a qualquer empreendimento para romper seu isolamento secular. Como matriz energética, ela atrairá empresas fornecedoras de equipamentos e de prestação de serviços, facilitando o aproveitamento econômico das riquezas potencialmente retidas na imensidão da floresta.
Mesmo envolvida em polêmica interminável, Belo Monte tem um consórcio vencedor para tocar suas obras, resultante da parceria da Chesf com empresas privadas, e atrativos como financiamento de 70% e isenções tributárias. Mas as divergências internas no consórcio e outros embaraços judiciais ainda assombram o aguardado começo de sua execução.
Por:http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=773768
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