terça-feira, 19 de outubro de 2010

5ª ExpoÁgua: Conferência Nacional da Água.

«O que interessa é encontrar a sustentabilidade dos sistemas»

A 5ª Expo Água abriu hoje as portas com a Conferência Nacional da Água, dedicada ao tema Repensar Estratégias rumo a 2015, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Gérard Payen, presidente da Aquafed, foi o orador convidado que marcou a manhã da conferência organizada pelo Água&Ambiente, depois do embaixador dos Países Baixos, Henk Soeters, ter aberto os trabalhos lembrando que «Deus criou o mundo, os holandeses criaram a Holanda».
«Holanda e água são como gémeos siameses. Podia mesmo existir uma fórmula química, por exemplo H2olanda», referiu o embaixador que representou o primeiro País convidado da Expo Água. A ideia é partilhar a sua experiência no domínio da água e do saneamento, know how que, aliás, foi requerido pelos EUA na sequência do furacão Katrina que arrasou Nova Orleães.
Na sua apresentação, Gérard Payen, deu ênfase às questões da universalidade da água e da sustentabilidade dos sistemas de gestão de abastecimento de água e saneamento de águas residuais, com destaque para o facto do acesso á água ter sido considerado um direito fundamental no âmbito dos direitos universais das Nações Unidas. Para o reconhecido especialista mundial, a grande questão não é se a gestão é feita por operadores públicos ou privados mas quais os resultados conseguidos. «Há espaço para todos os modelos. Na Europa não há dois países com um modelo de gestão igual e todos têm questões positivas e negativas. O que interessa é encontrar a sustentabilidade. E essa é uma questão por resolver, também aqui, em Portugal», avançou Gérard Payen.
A apresentação do especialista internacional seguiu-se de uma sessão de questões colocados por seis representantes do mercado nacional da água e do saneamento, em que Pedro Serra, presidente da Águas de Portugal (AdP), e Paulo Pinheiro, presidente da Associação das Empresas Portuguesas do Sector do Ambiente (AEPSA), protagonizaram uma troca de palavras mais acalorada. «Com o mais recente modelo das parcerias públicas [entre municípios e AdP], o sector privado saiu derrotado», disse Pedro Serra ao que Paulo Pinheiro corrigiu: «Quem perdeu não foram os privados mas os portugueses que ficaram com um sistemas mais deficiente». Como resposta, o presidente da AdP, explicou : «Não queria dizer derrota. Se os privados não têm participado no sector da água é porque as políticas públicas não o têm permitido. Há espaço para os provados mas penso que há um preconceito com a gestão privada que é transversal a todas as forças políticas. Não sou apologista do público pelo público», rematou Pedro Serra. 
 
Autor / Fonte
Lúcia Duarte

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