COP 10 destaca a economia dos ecossistemas
Ontem (25), iníciou a segunda semana da COP, um dos assuntos que se destacaram em Nagoia foi o TEEB, sigla em inglês para A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade. Na verdade, o TEEB é um estudo que avalia o benefício econômico global da diversidade biológica, os custos da perda dessa biodiversidade e a relação entre a falta de investimento em ações preventivas e os custos da conservação efetiva da biodiversidade.Durante plenária que debateu o TEEB, Pavan Sukhdev, líder do estudo, falou sobre a necessidade de os líderes mundiais assumirem responsabilidade pela perda da biodiversidade e incluírem os valores econômicos da biodiversidade na formulação de políticas públicas em seus países e em suas contas.
Para Sukhdev, contabilizar os gastos gerados pela degradação do meio ambiente é importante porque a destruição atingiu níveis muito altos e tendem a subir ainda mais. Ele acredita que os custos sociais e econômicos consequentes da degradação ambiental serão ainda mais sérios se nada for feito de fato.
Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil, concorda com Sukhdev. Para ele, considerar o valor da biodiversidade na formulação de políticas públicas, a inclusão desse valor na contabilidade pública, nas contas nacionais e nos cálculos dos planos de desenvolvimento é fundamental para a conservação.
Maretti explica que os governantes precisam, antes de investir em uma obra de infraestrutura como uma estrada, por exemplo, estudar o que a degradação da área para a construção da estrada irá representar futuramente em termos econômicos para o país. Ou seja, devem-se levar em conta os serviços que a biodiversidade deixará de fornecer à região, quais serão os impactos dessa obra e quais serão os custos para lidar com tais impactos. “É uma questão de valorizar a biodiversidade pelos benefícios diretos que nos gera”, completa Moretti.
Porém, alguns países já demonstram preocupação com o assunto. A Índia, por exemplo, foi o primeiro país a anunciar que irá seguir as recomendações do TEEB. A Noruega manifestou o mesmo interesse e, segundo Bráulio Dias, secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil também pretende implantar o estudo no país. “Como um dos países com maior biodiversidade do mundo e que enfrenta grandes ameaças, o governo do Brasil e o setor privado estão levando as recomendações do estudo a sério. Em nível nacional estamos discutindo a aplicação do estudo TEBB do nosso capital natural”, explica Dias.
Para Dias, o Brasil possui grande potencial para liderar uma nova economia e aderir à uma economia verde no país. “Para isso, é preciso que todos os setores da sociedade estejam engajados em incorporar os valores da nossa biodiversidade em suas contabilidades”, conclui.
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