O forte crescimento de países em desenvolvimento e a necessidade de reforçar a aposta em energias alternativas justificam o investimento no ambiente
Jean Laville | O gestor da Ethos adianta que estes activos têm vindo a ganhar popularidade. |
O forte desenvolvimento dos países emergentes, associado ao aumento da população e da poluição tem levado à diminuição dos recursos naturais disponíveis. Uma tendência que tende a agravar-se e justifica o investimento. Contudo, trata-se de um sector cujos frutos não se fazem ver de um dia para o outro.
"Investimos apenas em empresas limpas e não é por estar no sector da madeira que é uma empresa limpa. Temos que ter a certeza que se tratam de empresas sustentavelmente responsáveis. O fundo vai monitorizar empresas sustentáveis", esclareceu Jean Laville ao Negócios. Embora reconheça que o tema das energias renováveis tem vindo a aumentar a popularidade entre os investidores, o gestor realça que "são empresas para olhar a longo prazo e não a curto prazo". O investimento recomendado ronda os cinco a sete anos.
Para Guillaume Chagnard, especialista de produto da Pictet, "estamos a assistir a mudanças demográficas e a crescimento económico nos emergentes", um crescimento que requer uma grande utilização de recursos naturais, como é o caso da China, onde "estão a usar cada vez mais água e mais energia para desenvolverem o seu crescimento".
No entanto, com as questões ambientais a tornarem-se cada vez mais relevantes, há hoje uma maior consciência por parte de autoridades e empresas da importância das energias renováveis, considera o mesmo responsável. Por tudo isto, Chagnard defende que o meio ambiente é "um bom investimento a longo prazo".
Com vista a beneficiar desta conjuntura, a política de investimento do fundo visa juntar num único produto os vários fundos existentes ligados ao meio ambiente da gestora: Pictet Água, Pictet Energias Renováveis, Pictet Timber e Pictet Agricultura. Assim, o fundo mantém exposição às empresas que compõem as carteiras de quatro fundos ligados ao ambiente da Pictet.
Embora a distribuição dos activos seja repartida pelos três recursos em partes iguais, o especialista de produto da Pictet identifica boas oportunidades no sector imobiliário americano. O responsável considera que a recuperação do mercado imobiliário americano "pode favorecer o fundo Timber".
Com a economia mundial em dificuldades, Chagnard afasta um cenário de desinvestimento em energias limpas devido ao abrandamento económico e destaca o papel fundamental da regulação.
Já Jean Laville esclarece que "o maior risco é a criação de uma bolha", à semelhança do que estava a acontecer em 2008. Contudo, "neste momento não existe esse risco e pode ser um bom momento de entrada", defende o gestor da Ethos, adiantando que "quando virmos o mercado a recuperar vai haver maior interesse por estes fundos".
Os fundos que investem em acções ligadas a energias alternativas não escaparam às quedas registadas pelos mercados accionistas na crise financeira. Ainda assim, nos últimos 12 meses, os produtos com a melhor classificação da Morningstar apresentam desempenhos positivos. O fundo do Caixagest obtém o melhor retorno.
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