sábado, 6 de novembro de 2010

A China tem duas balanças: a comercial e a dos Direitos Humanos.

Motivos não faltavam para a manifestação da Amnistia Internacional, esta tarde, durante a visita do líder chinês, Hu Jintao, a Portugal, quando são conhecidos atropelos vários aos direitos fundamentais e aos valores humanitários da República Popular da China, um país que ainda preza a pena de morte, que dá prisão por delito de opinião, que é líder na utilização da mão de obra infantil, na exploração laboral e um dos que mais compromete a sustentabilidade ambiental no Mundo.
O argumento invocado pelo Governador Civil de Lisboa para afastar os manifestantes da AI do perímetro do Mosteiros dos Jerónimos foi o de que a Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chinesa já tinha marcado há mais tempo uma manifestação para o mesmo local. Como tal, a iniciativa da AI seria uma contra-manifestação, o que a lei portuguesa proibe. Os substerfúgios legais servem bem às circunstâncias e para eliminar situações incómodas. Estou para ver a dimensão e os propósitos dos manifestantes chineses em Lisboa.
Tudo isto demonstra o quanto Portugal está refém da poderosa China, económica e comercialmente. Hu Jintao vem com a pretensão de comprar a dívida pública portuguesa e a balança comercial vai pender para um dos lados. Infelizmente para salvar a pele vale tudo. Mesmo negociar com mercenários. José Sócrates e, agora Cavaco Silva, parece ter uma predilecção por presidentes autoritários pseudodemocratas.
Aposto que no protocolo lusitano não há uma referência - que seria além de meritória, um dever de qualquer Estado de Direito Democrático - ao activista Lui Xiaobo (na foto) e à sua causa, Prémio Nobel da Paz 2010, atribuído pela Academia Nobel pela "sua longa e pacífica luta por direitos humanos fundamentais na China". Quanto custa a imensa dívida da China aos Direitos Humanos?






 

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