Escola passa a coletar lixo reciclável

Estudantes da unidade de ensino do Parque Santa Terezinha vão fazer passeata amanhã para divulgar coleta seletiva

Adilson Camargo

Alunos da Escola Estadual João Simões Neto, no Parque Santa Terezinha, em Bauru, participarão amanhã de uma passeata pelas ruas do bairro com o objetivo de chamar a atenção dos moradores para a importância da coleta seletiva do lixo. No mesmo dia, a escola passará a servir como ponto para o depósito do lixo reciclável. Lixeiras específicas para depositar papel, vidro, metal e plástico serão instaladas na escola pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma). Os moradores que fizerem a separação do lixo em casa poderão levar para a escola e depositá-lo nessas lixeiras. O material será recolhido todas as quintas-feiras pela Semma. Segundo a professora Eliane Cecília da Silva, que faz parte da equipe que trabalha com projetos relacionados ao meio ambiente na escola, iniciativas anteriores para levar aos moradores a importância da coleta seletiva não surtiram o efeito desejado. Desta vez, os alunos irão para a rua munidos de tampas, panelas, apitos e outros instrumentos barulhentos para chamar a atenção das pessoas. Ao longo do trajeto, que começará em frente à escola, na quadra 2 da rua Josefina Francisca Malaquini, e seguirá por algumas quadras do bairro, retornando para a escola, os alunos usarão cartazes confeccionados por eles próprios em favor da separação do lixo reciclável. Participarão da passeata alunos de 1ª a 4ª séries. A saída de frente da escola está marcada para as 10h. De acordo com Eliane, a passeata é aberta à participação dos moradores do bairro. Se alguém quiser se juntar aos alunos poderá fazê-lo sem nenhum impedimento. A professora informa que desde fevereiro a escola vem passando aos alunos noções de respeito ao meio ambiente, com destaque para o consumo consciente da água, destinação correta do lixo e os riscos do aquecimento global. Segundo Elaine, a iniciativa já surtiu efeito nos alunos. De acordo com ela, é nítido que o nível de conscientização das crianças aumentou desde o início do projeto. “Percebemos nos trabalhos que são feitos em sala de aula que os alunos assimilaram o quanto é importante economizar água e separar o lixo reciclável”, relata. A idéia, segundo a professora, é que os alunos levem essa conscientização para dentro da casa delas e influenciem também os pais e irmãos mais velhos. Eliane diz que sempre que é possível a escola tenta passar essas informações para os demais integrantes da família do aluno, por meio de folhetos ou mesmo durante as reuniões de pais. No entanto, o investimento nas crianças é visto como essencial para o sucesso do projeto, que não é apenas da escola João Simões Neto, mas universal. Estima-se que, em média, uma pessoa produza cerca de cinco quilos de lixo por dia. No Brasil, como um todo, são aproximadamente 240 mil toneladas diárias de resíduos. Esse número tem aumentado a cada ano como conseqüência do aumento do poder aquisitivo e do perfil de consumo da população. Quanto mais produtos industrializados existir, mais lixo é produzido, como embalagens, garrafas e outros materiais. Cerca de 88% de todo lixo doméstico produzido no Brasil vão para o aterro sanitário. Acredita-se que apenas 2% do lixo são reciclados no País. A título de comparação, o percentual de lixo urbano reciclado na Europa e nos EUA é de 40%. A reciclagem de materiais é considerada importante porque, além de diminuir a quantidade de dejetos, poupa a natureza da extração inesgotável de recursos. Além disso, reciclar causa menos poluição ao ar, à água e ao solo.