domingo, 24 de maio de 2009

Pescador que lutava contra obra da Petrobrás é morto em Magé

Enviado por Gabriela Moreira -
24.5.2009
10h28m

Três homens assassinaram, na madrugada de sábado, com cinco tiros na cabeça o tesoureiro da Associação dos Homens do Mar (Ahomar), entidade que resiste à implantação do projeto GLP, da Petrobras, em Magé, na Baixada Fluminense. O pescador, cuja identidade é mantida em segredo a pedido da família, estava deitado quando a sua casa foi invadida. Ele foi brutalmente espancado pelo bando que o tirou de dentro de casa e o executou a tiros. Os assassinos abandonaram o corpo e saíram num carro de placa ocultada por um plástico preto. O sepultamento está previsto para as 10h deste domingo, no Cemitério Nossa Senhora das Graças, em Magé.

A morte ocorreu cinco horas após interrupção das obras da refinaria. A Ahomar enfrenta a Petrobras em um conflito em torno da implantação do projeto GLP na Praia de Mauá, na Baía de Guanabara, iniciado há mais de um ano. A obra, que integra o Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC), foi paralisada pelos pescadores por 36 dias no mês passado. Os pescadores resistem à obra em função do impacto no meio ambiente e da inviabilidade da pesca artesanal, principal atividade de subsistência de uma comunidade de três mil famílias.

Os líderes do movimento de luta contra o projeto têm sofrido ameaças. O presidente da Ahomar sofreu um atentado na madrugada do último 1º de maio. Em visita ao local, técnicos das secretarias municipais de Meio Ambiente e da Fazenda, da prefeitura de Magé e do Conselho Municipal de Meio Ambiente da cidade verificaram 42 irregularidades na obra, executada por empresas terceirizadas. Além disso, há dúvidas em relação ao processo de licenciamento do empreendimento.

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