terça-feira, 16 de junho de 2009

As sacolas de plástico

A onda agora é procurar alternativas para banir as úteis e leves, porém, perigosas sacolas plásticas para carregar mercadorias. Essas vilãs do meio ambiente, surgidas na década de 1950, fazem parte da vida do homem moderno, levam cem anos para se decomporem e são usadas até mesmo para descartar lixo doméstico.

Expandindo sua presença sem que percebêssemos, hoje representam 10% de todos os detritos produzidos no país. É comum vê-las jogadas nas ruas ou em parques e praias, rios e mares. Por isso, elas não só entopem bueiros, como também causam enchentes e matam animais por asfixia.

Antes disso, na época em que nem se pensava na existência do plástico, os comerciantes entregavam suas mercadorias em sacos de papel ou em caixas de papelão. Muitas famílias juntavam essas embalagens para devolvê-las aos comerciantes, num surpreendente exemplo do que atualmente é conhecido como logística reversa, prática que ajuda a diminuir o custo ambiental em nossa sociedade de consumo.

Daí o questionamento tão repetido pela mídia: Seriam os sacos de papel uma alternativa para as sacolas plásticas? Infelizmente, a volta ao passado não é a melhor alternativa: estudos indicam que, para a fabricação desses recipientes, o consumo de água é muito grande.

Há outras opções, como o cliente levar de casa sacolas de pano ou lona, as quais já estão à venda em diversos supermercados e lojas, inclusive em Uberaba. Avisos espalhados nos corredores de alguns estabelecimentos mostram ao cliente a vantagem ecológica do uso de embalagens reutilizáveis. Também é uma boa alternativa o uso de sacolas de plástico oxibiodegradável, que se decompõem em três anos.

Em Portugal (assim como em muitos países mais preocupados com a sustentabilidade), algumas lojas fazem o cliente pagar por sua sacola. Antes de o caixa passar os produtos pela esteira, ele sempre pergunta se se deseja comprar a sacola, que custa lá o equivalente a quarenta centavos do nosso real. A pergunta tem sentido, pois muitos clientes preferem levar suas próprias sacolas reutilizáveis quando vão às compras. O fato de não dar a embalagem, mas vendê-la, estimula o cliente a optar por essa forma de consumo responsável.

O Prefeito de Piracicaba (São Paulo) radicalizou: naquela cidade, uma lei proíbe o uso de sacolas plásticas. Muitas escolas, ONGs e iniciativas privadas têm desenvolvido ações vultosas, tendo em vista o consumo responsável e bem merecem ter o seu trabalho amplamente divulgado.

Enquanto o governo não toma uma providência envolvendo todo o país, esperamos que nossa Secretaria do Meio Ambiente, a exemplo do que já fizeram muitas cidades, faça a sua parte, estimulando aqui práticas sustentáveis, como banimento das embalagens plásticas, em prol de melhoria da qualidade de vida neste município. E elas já vão tarde!

(*)Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
mariosalvador@terra.com.br

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