sexta-feira, 26 de junho de 2009

Para ASFAMAS, AMBIENTAL EXPO trará um foco importantíssimo e atual: o da “Sustentabilidade Ambiental”

Entidade comenta que na área de Saneamento ainda há muito a ser feito nos próximos 15, 20 anos; estimativa é que os investimentos cheguem a R$ 25 bilhões no quadriênio 2007-2010.

No que diz respeito à Habitação, para o desenvolvimento do mercado da Construção Civil Habitacional no País, o setor demanda ações dos agentes públicos e privados em diversas frentes.

São Paulo, junho de 2009 - De 30 de junho a 2 de julho próximo, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, a primeira edição da AMBIENTAL EXPO 2009 (Feira Internacional de Soluções para Saneamento e Meio Ambiente), versão latino-americana da consagrada Pollutec (França) - maior evento de meio ambiente do mundo -, apresentará sistemas, soluções, inovações e tendências para empresas e governos no que se refere ao setor de Saneamento e Meio Ambiente.

Organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, em parceria com a ABDIB (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base), a AMBIENTAL EXPO abrange seis importantes setores: Ar, Saneamento, Solo, Ruído, Resíduos e Energia.

Em entrevista concedida à assessoria de imprensa da AMBIENTAL EXPO, Marco Antonio Milleo, Presidente da ASFAMAS (Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento), fala sobre as questões ambientais, a importância da Feira e as expectativas em relação ao evento. Confira:

1 - Qual a visão da entidade sobre as áreas de saneamento e habitação?
SANEAMENTO
No que se refere a Saneamento, os últimos seis anos apresentaram uma evolução relevante em relação aos períodos anteriores. Vários dos operadores continuaram melhorando a gestão dos serviços. O Marco Regulatório avançou extraordinariamente, culminando com a sansão da Lei de Diretrizes 11.445 de Janeiro de 2007.
Os investimentos passaram de R$ 10 bilhões no quadriênio 1999/ 2002, para R$ 14 bilhões no quadriênio 2003/ 2006, e nossa estimativa é de que cheguem a R$ 25 bilhões no quadriênio 2007-2010. Mas, como os déficits eram e ainda são muito relevantes, teremos de aumentar o ritmo dos avanços para cumprir as metas do Milênio até 2015 e para universalizar o acesso aos serviços, com Qualidade, até 2020.
No que se refere a gestão, temos de continuar investimento na Capacitação e Formação dos Recursos Humanos das Operadoras em todos os níveis, conferindo especial atenção a alguns temas onde os investimentos apresentam retorno muito rápido como os três principais:
- Água não Contabilizada (ainda em média de 40%, quando alguns serviços isoladamente já estão abaixo de 20% e até mesmo abaixo de 15%);
- Eficiência Energética; e
- Tarifas/ Subsídios.
No que se refere aos Marcos Regulatórios, temos de concluir o Plano Nacional de Saneamento até Março de 2010, conforme o cronograma fixado, e avançar também nos Planos Estaduais e Municipais. Igualmente há que prosseguir no avanço da “Regulação”, um dos eixos de progresso claramente estabelecido na Lei 11.445 de Janeiro de 2007, com o fortalecimento das entidades de regulação já existentes e daquelas que ainda serão criadas.
A comunicação com a sociedade é outro desafio importante. Os diversos atores do setor têm de agir coordenadamente para levar à sociedade em geral nosso diagnóstico e as soluções que preconizamos para os grandes desafios que enfrentamos. “Last but not least”, teremos de planejar e implementar o aumento extraordinário dos investimentos, passando dos atuais R$ 6 bilhões por ano, que estimamos tenha sido o valor de 2008, para os R$ 18 bilhões por ano que são necessários para universalizar a água e o esgoto no Brasil até 2020.
Com efeito, o estudo de Dimensionamento das Necessidades de Investimento para a Universalização do Acesso, apontou em 2003, uma necessidade de investimentos de 178 Bilhões de reais de Dezembro 2002. Tal valor atualizado corresponde hoje a R$ 268 bilhões de Dezembro de 2007. No período de 2001 a 2007, foram investidos, em valores atualizados até a mesma data de Dezembro de 2007, R$ 28 bilhões. E assim sendo, teríamos que nos 13 anos entre 2008 e 2020 inclusive, investir um total de R$ 240 bilhões, ou aproximadamente R$ 18 bilhões por ano. Trata-se de um salto “quântico” no qual devem ser concentrados os esforços de todos os atores relevantes do setor.

HABITAÇÃO
Depois da extinção do BNH em 1986, o mercado da construção habitacional brasileiro passou por um período de estagnação por cerca de duas décadas. A partir de 2006, importantes medidas de incentivo do Governo, desoneração de materiais de construção e mudanças na legislação de garantias para empréstimos para habitação impulsionaram a expansão do crédito imobiliário e aceleraram fortemente o crescimento do setor nos dois anos seguintes.
Esse crescimento, que incentivou investimentos das indústrias para expansão de capacidade e resgatou o otimismo de todos os agentes da cadeia produtiva, foi abalado pela crise econômica internacional no último trimestre do ano passado e primeiro trimestre deste ano, e levou o setor a pleitear ações urgentes do Governo para manutenção do nível da atividade no país. Em resposta a esse movimento, entre o final de Março e início de Abril, o Governo lançou um Pacote Habitacional para a construção de 1 milhão de unidades (Programa Minha Casa, Minha Vida), promoveu mais uma desoneração do IPI de materiais de construção e gerou novos incentivos à expansão e acesso ao crédito imobiliário. Nesse momento, as empresas do setor estão retomando o otimismo, mas com cautela, esperando a&ccedi l;ões para garantia de investimentos de longo prazo e combate efetivo do Déficit Habitacional, que hoje está em torno de 7,2 Milhões de Unidades, concentradas principalmente nas camadas da população de mais baixa renda, que demandam subsídios do Governo para aquisição de suas moradias.

2 - Na sua opinião, o que deveria ser mudado?
SANEAMENTO
Como se depreende da resposta a questão anterior, há que investir pesadamente em melhoria da gestão.
Os Recursos Humanos das operadoras devem ser preparados para uma verdadeira revolução da gestão:
• Reduzir perdas;
• Aumentar a eficiência energética;
• Objetivar tarifas e subsídios;
• Aumentar enormemente a produtividade.
Cabe destacar que recentemente a iniciativa do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que visa recuperar a gestão de uma dezena ou mais de operadoras do Norte e Nordeste, justamente a região do país onde se concentram os maiores déficits e as menores capacidades de pagamento. O FGTS está disposto a investir pesadamente recursos do FI-FGTS, desde que o atual controlador, sem abrir mão do controle acionário, aceite um novo acionista, com comprovada capacidade de gestão, para promover um verdadeiro choque de gestão nas diversas empresas atualmente quase inviáveis.
Como indicado antes, complementarmente há ainda que concretizar avanços dos Marcos Regulatório, com os Planos Nacional, Regionais e Municipais de Saneamento e com o fortalecimento da Regulação.
A Comunicação deve ser objeto de um planejamento e execuções muito especiais. Há que desmistificar alguns conceitos inadequados em relação a estes importantes serviços públicos. E ainda por cima de todos estes desafios multiplicar por 3 o atual nível de investimentos. Sem dúvida, muito foi feito nos últimos anos, mas muito mais ainda resta por fazer nos próximos 15 ou 20 anos.

HABITAÇÃO
Além da demanda por ações de longo prazo e garantia de subsídios para a solução efetiva do Déficit Habitacional no país, para o desenvolvimento do mercado da Construção Civil Habitacional no país, o setor demanda ações dos agentes públicos e privados em diversas frentes, tais como:
• Agilização e redução de custos dos processos burocráticos associados à aprovação de projetos e obras habitacionais, incluindo redução de custos cartoriais, tanto na condição de obras realizadas por construtoras como no caso de reformas, ampliações e obras autogeridas;
• Profissionalização da mão-de-obra, com capacitação, certificação e mobilização da demanda, para elevação do nível de qualidade das obras e melhoria do nível de vida dos trabalhadores;
• Combate à informalidade fiscal e à não-conformidade técnica de produtos e serviços;
• Incentivos à inovação tecnológica.

3 - Como a entidade contribui com as questões ambientais?
A ASFAMAS participa ativamente de diversos Fóruns Regionais e Nacionais que visam à valorização e o desenvolvimento sustentável. Apenas como exemplo citamos a posição de liderança da ASFAMAS no Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat PBQP-H, do Ministério das Cidades, cuja sinergia com o desenvolvimento ambientalmente sustentável é relevante.
Ainda no âmbito de suas ações no PBQP-H destacamos que a ASFAMAS tem o compromisso publicamente assumido de garantir qualidade dos produtos que são fabricados por seus associados e que são expostos para o consumo, desenvolvendo assim os Programas de Garantia da Qualidade (PGQs), desenvolvendo processos de auditoria e avaliação (www.cidades.gov.br/pbqp-h).
Também destacamos que várias das associadas da ASFAMAS produzem matérias e equipamentos que, além de uma qualidade intrínseca reconhecida, contribuem enormemente para a redução do desperdício de água.
Assim, também no âmbito das ações de sustentabilidade desenvolvidas no contexto do PBQP-H destacamos a ação do Programa de Garantia da Qualidade de Louças Sanitárias.
No âmbito do PGQ de Louças Sanitárias foi estabelecida a meta de redução de 40% no consumo de cada aparelho, diminuindo em até 15% o consumo diário de água de uma habitação, e criando condições para implementação de programas de uso racional da água em edifícios, com resultados significativos.
Assim, para atingir a meta estabelecida, o setor se organizou e desenvolveu estudo com a Universidade Estadual de Campinas e com a Universidade de São Paulo para definição do volume reduzido.
Como resultado, hoje no Brasil todas as bacias sanitárias a venda no mercado são de 6,8 litros contra os antigos 12 litros. E ainda, lembramos que igualmente diversas associadas possuem certificações, ou estão trabalhando para obtê-las, diretamente ligadas a “Sustentabilidade Ambiental”, como é o caso da ISO 14.000.

4 - Quais as principais ações?
• Participação em Fóruns e Programas que buscam a “Sustentabilidade Ambiental”;
• Participação no Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat PBQPH;
• Desenvolvimento de Estudos e Pesquisas;
• Fabricação e comercialização de produtos que visam à economia de água e, portanto, uma das diretrizes da “Sustentabilidade Ambiental”.
• Atuação industrial segundo normas internacionais relacionadas com a “Sustentabilidade Ambiental”.

5 - Para a entidade, qual é a importância da AMBIENTAL EXPO?
A ASFAMAS entende que a “Comunicação”, não somente no interior do setor, mas principalmente com a mídia, os meios políticos e a sociedade em geral, é um dos grandes desafios para chegar à Universalização do acesso até 2020, passando pelo cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio, até 2015.
A AMBIENTAL EXPO tem potencial para somar com outros eventos similares nesta batalha pela melhoria da comunicação.

6 - Por que a entidade decidiu firmar uma parceria com a Reed Exhibitions Alcantara Machado, por meio do apoio à AMBIENTAL EXPO?
A ASFAMAS há 35 anos, desde sua fundação em 1974, está comprometida com a valorização da água e do esgoto no Brasil! Em assim sendo lutamos por congregar os esforços de todos os atores importantes operadores, projetistas, construtores, reguladores, governo, mídia, financiadores, consumidores – e por prestigiar diretamente, ou indiretamente através de nossos associados, os eventos que tenham esta mesma finalidade. Parece-nos ser o caso da AMBIENTAL EXPO.

8 - Qual a importância dessa parceria?
A oportunidade de reforçar antigas parcerias e começar novas, na constante busca pela valorização do Saneamento Básico brasileiro, como vimos fazendo ao longo de nosso 35 anos de existência!

9 - Quais as perspectivas da entidade em relação ao evento?
Esperamos que a AMBIENTAL EXPO venha a se somar a outros eventos já tradicionais e relevantes apoiados há décadas pela ASFAMAS e por seus associados, como a FITABES, da ABES, a cada 2 anos; a Feira de Saneamento, da Assembléia Nacional da ASSEMAE, anualmente; e a FENASAN, do Encontro Técnico Anual da AESABESP, também anualmente.
Estes 03 importantes e tradicionais eventos são focados mais intensamente na “Água” e no “Esgoto”, coincidindo com o principal foco da ASFAMAS. Nossa expectativa é que a AMBIENTAL EXPO trará com ela um foco importantíssimo e atual que é o da “Sustentabilidade Ambiental”!
A Feira tem o apoio institucional da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Secretaria Nacional de Saneamento e ADEME (Agence de l´Environnement et de la Maîtrise de l´Energie). Também apóiam o evento: ABCE (Associação Brasileira das Concessionárias de energia Elétrica), ABCON (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Público de Água e Esgoto), ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), AESBE (Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais), ASFAMAS (Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais e Equipamentos para Saneamento Edifica&c cedil;ões Energia e Irrigação), ABCE (Associação Brasileira de Consultores de Engenharia), CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), CNI (Confederação Nacional da Indústria), FNP (Frente Nacional de Prefeitos), SELURB (Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana) e SINAENCO (Sindicato da Arquitetura e da Engenharias).

Mais informações:
AMBIENTAL EXPO (Feira Internacional de Soluções para Saneamento e Meio Ambiente)
Data: 30 de junho a 2 de julho de 2009
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi - São Paulo/SP
Telefones: (11) 3060-4893 / 4894

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