sexta-feira, 19 de junho de 2009

RELAÇÃO ENTRE ESPIRITUALIDADE E MEIO AMBIENTE

CIDADANIA E MEIO AMBIENTE | VERA PEGORETTI

Serra Negra, 19 de junho - Entrevistamos a Coordenadora Nacional da Brahma Kumaris, Luciana M. S. Ferraz, que acompanha e desenvolve as atividades da Organização desde sua fundação no Brasil, em 1979. Foi também professora de Yoga e é representante da OBK na ONU para a América do Sul, América Central e Caribe, participando de dezenas de conferências e fóruns internacionais nas sedes da ONU e ministrando conferências em todos os continentes.

Além de estabelecer a relação entre espiritualidade e meio ambiente, Luciana explica os projetos da OBK relacionados ao tema. Dividimos a reportagem em duas edições. Na primeira parte, a relação entre espiritualidade e meio ambiente e, na segunda, os projetos da OBK, inclusive no Centro de Retiros em Serra Negra.

JC: Qual a relação entre espiritualidade e meio ambiente?

LF: Ao longo dos séculos, o ser humano tem dado forma, imposto e forçado, usado e finalmente abandonado a natureza. O resultado destes maus tratos pode ser claramente observado e experimentado por todos nós, na forma de uma crise ambiental sem precedentes: poluição generalizada, aquecimento global, buracos na camada de ozônio, devastação das florestas, desertificação e um sem-fim de problemas que têm afetado a qualidade de vida de todos os sistemas vivos e colocado em risco a sobrevivência de muitas espécies, inclusive da própria humanidade. Ainda que muitas medidas e políticas públicas e esforço conjunto internacional sejam necessários, é o ser humano, elemento inicial e básico de qualquer transformação, que precisa ser conscientizado. Somos os arquitetos do mundo em que vivemos. O que fizermos ao meio ambiente estaremos fazendo a nós mesmos. A espiritualidade atua exatamente nesta semente de toda a transformação, que é a consciência humana.

JC: Qual o objetivo da OBK ao promover projetos ambientais?

LF: A OBK é uma entidade internacional, fundada na Índia em 1937, com o propósito do resgate dos valores humanos e do equilíbrio entre todas as esferas da vida. Como construtores da situação atual, precisamos rever o projeto da nossa obra, nossa casa coletiva, que é o planeta Terra. Uma nova relação viva, de diálogo, de troca, de servir mutuamente precisa ser desenvolvida com o meio ambiente, para que possamos sentir a integração plena e contínua entre nossas cinco casas: a mente, onde residem os pensamentos e sentimentos; o corpo, templo do espírito e da consciência; o lar, residência e local de interação familiar; a terra, palco de nossas ações e da família humana; e o universo, casa maior onde está inserido nosso planeta.

O respeito e o carinho com que tratamos nossas mentes e nossos corpos serão os mesmos com que trataremos as pessoas com quem nos relacionamos e o mundo ao nosso redor. Assim como o corpo é o resultado do que comemos, como seres sociais somos o que aprendemos. Grande separatividade existe em confundir ensinar com aprender, diploma com competência, proliferação de hospitais e remédios com saúde, poder militar com segurança, status econômico com felicidade.

Observamos como estas cinco casas estão interrelacionadas e o que fizermos a uma delas estará afetando as outras quatro. Entendemos que uma transformação duradoura e constante, na direção de alcançarmos equilíbrio entre os vários sistemas vivos, requer mudanças de hábitos e estas acontecem a partir de desenvolvermos e praticarmos novos valores e forma de pensar. Este é o propósito da Brahma Kumaris.

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