domingo, 19 de julho de 2009

Amazônia precisa de investimento, conclui SBPC

julho 19, 2009

Investir em ciência e tecnologia para desenvolver a Amazônia sem destruí-la. Esse foi o tom das centenas de debates e apresentações que preencheram a semana passada em Manaus, no câmpus da Universidade Federal do Amazonas, onde foi realizada a 61ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

As pesquisas não deixam dúvidas sobre a importância cultural e ambiental da Amazônia, seja para a conservação da biodiversidade, o controle climático, a descoberta de medicamentos ou a preservação de conhecimento indígena. Mas tudo o que se sabe é pouco para fazer com que as riquezas biológicas e culturais possam ser aproveitadas economicamente de forma sustentável, em benefício dos 25 milhões de pessoas na Amazônia.

Faltam cientistas, cursos, infraestrutura, dinheiro. “Precisamos botar muito mais dinheiro na Amazônia. O que a gente coloca hoje é merreca”, reconheceu o cientista e secretário do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) Luiz Antonio Barreto de Castro.

Até o setor madeireiro - uma das indústrias mais importantes da economia regional, apesar do alto índice de ilegalidade - sofre com a falta de cientistas e técnicos. As empresas que tentam trabalhar de maneira sustentável dependem de planos de manejo. E, para isso, dependem de pessoas capazes de identificar espécies de árvores e planejar a maneira de explorá-las.

Só que na Amazônia há apenas dois cursos de mestrado em botânica - ambos correndo risco de fechar - e um que trata de manejo florestal, segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val. O diretor do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Antônio Carlos Hummel, disse que houve problemas até com a qualidade técnica dos planos de manejo apresentados para a concessão de florestas públicas na região do Jamari (RO).

A realização do evento em Manaus evidenciou dificuldades que pesquisadores enfrentam para trabalhar na Amazônia - não só na floresta, mas nas cidades. A internet é lenta. As ligações de celular para fora da cidade caem constantemente. A infraestrutura em geral é ruim e o calor não dá trégua. Isso dificulta a fixação de novos cientistas na Amazônia.

Pesquisadores reclamam do isolamento tecnológico e das dificuldade de comunicação. Manaus tem só uma linha de internet banda larga, da Embratel, que vem por terra ao longo da BR-319, saindo de Porto Velho, mas que, chegando ao Rio Solimões, à beira da cidade, precisa ser transmitida via rádio sobre 11 quilômetros de água. Boa Vista e Macapá nem têm isso: há apenas internet via satélite.

Fonte: O Estado de SP (Por Herton Escobar)

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