10/08/2009 por alane virgínia
Gente, este post foi uma sugestão de uma pessoa muito querida. Enquanto conversávamos sobre o assunto, depois de encontrarmos várias pilhas velhas espalhadas pela casa, ela sugeriu que o Conversa de Menina publicasse um post com os locais onde é possível descartar em Salvador estes materiais tão nocivos ao meio ambiente, os chamados lixos tecnológicos. Normalmente, o que as pessoas fazem é simplesmente jogá-los no lixo comum, junto a papéis, plásticos e material orgânico. Primeiro que, inicialmente, por que não começar a reciclar o próprio lixo caseiro? Parece uma tarefa complexa, mas nem é. Você pode apenas indicar sacos específicos para cada tipo de material (vidros, plásticos, papel, orgânico), ou comprar cestos bonitos para fazer o mesmo. Uma tarefa tão simples que vai ajudar tanto ao meio ambiente.
Mas a ideia aqui é falar da reciclagem das pilhas gastas e baterias de, por exemplo, aparelhos celulares. O descarte inadequado destes materiais geram impactos bastante negativos ao meio ambiente e à saúde humana. Por causa disso, o Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conama, decidiu editar a Resolução 401/08, revogando a resolução anterior, a 257/99, e estabelecendo critérios e padrões para o gerenciamento ambientalmente adequado destes materiais. Mas apesar da lei, ainda é muito deficiente esta coleta em todo o Estado da Bahia. Em Salvador, por exemplo, pouco se ouve a respeito de locais que façam esse tipo de coleta especializada. E, portanto, se você conhece algum local para o qual possamos levar pilhas e baterias inutilizadas, por favor deixe um comentário, para que possamos divulgar estas informações.
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>> Vídeo: veja como descartar corretamente pilhas e baterias (A TARDE On Line)
>> Análise do Inmetro de pilhas alcalinas e zinco-manganês
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Enquanto isso, o que podemos fazer é levar as pilhas e baterias a uma das agências do Banco Real, que deu início ao Projeto Papa Pilhas. É um programa de reciclagem de material tecnológico que contém substâncias prejudiciais, como cádmio, mercúrio, níquel, chumbo, presentes em pilhas, baterias de celulares, relógios, câmeras, controles remotos etc. Estes produtos químicos contaminam solos, rios e lençóis freáticos, impossibilitando a sua utilização, além de causar danos a fígado, rins e pulmões, por exemplo. Só para dimensionarmos a importância do programa, só em 2008 foram tratadas 127 toneladas desse material (três vezes mais que em 2007). Em todo o Brasil, são quase dois mil postos de coleta espalhados. Então, é bem possível que haja um posto bem pertinho de sua casa, ou no caminho do trabalho. (Encontre a agência do Banco Real mais próxima de você - você pode dar uma ligadinha antes para saber se a agência já instituiu o projeto, antes de ir até lá).
A reciclagem é feita pela empresa Suzaquim Indústrias Quimicas Ltda, localizada em Suzano (São Paulo). Todas as pilhas e baterias recolhidas pelo projeto Papa Pilhas são enviadas para lá. O processo de reaproveitamento começa pelo desencapamento dos materiais, e seus metais são levados a forno industriais, com temperaturas bastante altas. Estes fornos são especiais, porque precisam de filtros para impedir a emissão de gases poluentes ao meio ambiente. Os sais e óxidos metálicos obtidos nestes processos são utilizados no processo de produção de refratários, vidros, tintas, cerâmicas e química em geral, sem qualquer tipo de risco.
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Danos
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Uma pilha jogada aleatoriamente na natureza pode levar séculos para se decompor. Os metais pesados, por sua vez, não se degradam. Os materiais tóxicos podem vazar, em contato com a umidade ou calor, por exemplo, e sair contaminando tudo. Imaginem o estrago? Penetram no solo, com a ajuda das chuvas, atingindo córregos e riachos por meio da água subterrânea. Com a água contaminada, o problema chega aos animais e às plantações, via consumo direto e irrigação agrícola. Quanto aos metais pesados, eles se acumulam no corpo humano e a grande diferença entre eles e outros agentes tóxicos é exatamente que eles não são sintetizados nem destruídos pelo homem, o que significa que o organismo vivo é incapaz de metabolizar ou eliminar estas substâncias, que só fazem mal à saúde.
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Mercado paralelo
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Se produzidas com as especificações do Conama, já representam riscos á saúde humana e ao meio ambiente, o que falar dos produtos do mercado paralelo, despejados irregularmente no comércio e consumidos comumente pela população, que desconhece os riscos. Estas pilhas são altamente tóxicas e não podemos imaginar que a fiscalização oficial vai dar conta de barrar este tipo de comercialização. Como consumidores, precisamos ficar atentos a estes detalhes e exigir clareza nas informações sobre a origem do produto. Isso porque estas pilhas possuem até sete vezes mais a quantidade de metal pesado permitida. E elas representam, de acordo com estimativas da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), 40% de todas as pilhas vendidas no País.
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Dicas sobre o uso correto de pilhas e baterias*
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-Colocar pilhas na geladeira não aumenta a carga, ao contrário, quando expostas ao frio ou calor o desempenho pode piorar.
-Na hora de trocá-las em um equipamento, substitua todas ao mesmo tempo.
-Retire-as se o aparelho for ficar um longo tempo sem uso, pois podem vazar.
-Não misture pilhas diferentes (alcalinas e comuns; novas e usadas). Isso prejudica o desempenho e a durabilidade.
-Prefira as pilhas e baterias recarregáveis ou alcalinas. Apesar de custarem um pouco mais, têm maior durabilidade.
-Guarde as pilhas em local seco e em temperatura ambiente.
-Nunca guarde pilhas e baterias junto com brinquedos, alimentos ou remédios.
-Não exponha pilhas e baterias ao calor excessivo ou à umidade. Elas podem vazar ou explodir.
-Pelas mesmas razões, não as incinere e, em hipótese alguma, tente abri-las.
-Nunca descarte pilhas e baterias no meio ambiente e não deixe que elas se transformem em brinquedo de crianças.
-Evite comprar aparelhos portáteis com baterias embutidas não removíveis.
-Compre sempre produtos originais. Não use pilhas e baterias piratas.
*Fonte: site do projeto Papa Pilhas.
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