Espécie de planta é comum em várias regiões brasileiras, inclusive na Amazônia, e se constitui na grande aposta da Embrapa para a produção de biodiesel.
BRASÍLIA – Capaz de produzir o melhor biodiesel do mundo, o pinhão mansão (Jatropha curcas L) é uma das grandes estrelas da 7ª Feira Ciência para a Vida promovida pela Embrapa, em Brasília. Na Feira, a Embrapa Agroenergia irá produzir biodiesel utilizando álcool etílico e óleo de pinhão manso. Um reator, construído totalmente de vidro, será usado na produção do óleo para que o visitante perceba o que realmente acontece durante a reação que transforma o óleo em biodiesel. A exposição se estenderá até dia 2 de maio.
Recentemente, a empresa Air New Zealand realizou o primeiro vôo de avião movido com combustível de pinhão manso, um biocombustível de segunda geração. O produto foi usado em um dos motores de um Boeing 737-800. Colocou-se uma mistura de 50% de combustível de aviação e 50% de óleo de pinhão mansão (também chamado de jatrofa). No teste, de duas horas, ficou comprovado que o óleo da planta pode ser usado nas aeronaves sem nenhuma modificação os motores. Biocombustíveis de primeira geração, entre os quais o etanol de cana-de-açúcar, não podem ser utilizados em aviões porque congelam em grandes altitudes.
O teste com pinhão mansão fez a companhia neozelandesa voltar suas atenções para a planta. Até 2013, a Air New Zealand deverá utilizar 10% de combustíveis de fontes sustentáveis em seus aviões. As viagens áreas são responsáveis por 3% das emissões mundiais de dióxido de carbono.
Do Maranhão ao Paraná
No Brasil o pinhão mansão pode ser produzido em larga escala. A espécie surge de forma espontânea em áreas de solos pouco férteis e de clima desfavorável à maioria das culturas alimentares tradicionais. Dessa forma, o pinhão manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas das regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste. Outra vantagem a espécie é que ela não é afetada (até o presente) por nenhuma praga. É altamente resistente a doenças e os insetos não o atacam, pois segrega um leite que queima.
Essas qualidades do pinhão mansão poderão ser conferidas durante a 7ª Feira Ciência para a Vida, na sede da Embrapa. Ali, explica a pesquisador Simone Mendonça, as pessoas poderão conhecer a transterificação, ou seja, o processo que transforma o óleo em biodiesel. No processo, a Embrapa utiliza o etanol invés do metanol.
Segundo a pesquisadora, a reação com o etanol é mais complicada, mas os cientistas da Embrapa Agroenergia já conseguiram e estará sendo demonstrada. Dentre as razões para que o etanol ainda não seja utilizado em grande escala está o fato da reação com o etanol na transesterificação ser mais demorada e precisar de uma temperatura maior para ocorrer.
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