No Acre, cooperativa defende certificado com custo reduzido.
Coordenadora do Imaflora diz que assunto é prioridade no FSC.
Coordenadora do Imaflora diz que assunto é prioridade no FSC.
No Amapá, cooperativa produz óleo de castanha e vende farinha excedente para escolas. (Foto: Lucas Frasão / Globo Amazônia)
A possibilidade do novo selo é esperada com entusiasmo por integrantes da Cooperativa dos Produtores Florestais Comunitários (Cooperfloresta), no Acre. O conjunto de comunidades atentou para as vantagens do manejo florestal em meados dos anos 1990. Em 2002, tiveram a primeira experiência com material certificado. Hoje, quatro comunidades de reservas extrativistas no estado já adotam o FSC (Conselho de Manejo Florestal, na sigla em inglês).
A atividade garante renda para cerca de 85 famílias instaladas em uma área de 500 hectares. "Os moradores perceberam que as condições de trabalho melhoraram depois da certificação. Ela encurta o caminho até o mercado consumidor e agrega valor ao produto", explica Evandro Araújo, filho de seringueiros formado na primeira turma do curso de Técnico em Florestas, oferecido pelo governo do Acre, e atual coordenador da Cooperfloresta.
Segundo ele, a criação de um selo comunitário ajudaria a propagar as certificações para outras comunidades e na própria cooperativa, que pretende produzir 10 mil metros cúbicos de madeira até o fim de 2010, obedecendo às diretrizes do FSC. "Não queremos que o selo comunitário pareça melhor que o empresarial. Mas ele pode conter uma história que resulta em mais benefícios. A ideia seria reduzir o custo da certificação para comunidades em pelo menos 50%."
De acordo com Patrícia Cota Gomes, coordenadora de certificação comunitária do Imaflora, entidade que faz a certificação FSC no Brasil, o desenvolvimento de um selo comunitário é tratado de forma prioritária e está sempre entre os principais assuntos nos encontros internacionais do FSC. "Mas o mercado para não madeireiros ainda é incipiente e tem de se desenvolver. Para isso, é fundamental regularizar a questão fundiária", explica ela.
No Amapá, outra iniciativa comunitária poderia se beneficiar com o lançamento de um novo selo. A Cooperativa Mista dos Produtores Extrativistas do Rio Iratapuru passou a usar a marca FSC em 2004 e hoje tem clientes importantes, como a Natura, para quem conseguem vender o litro do óleo de castanha por R$ 33. "No fim da produção, sobra a farinha da castanha, que é usada na merenda escolar em todo o estado. Até o fim desse ano, queremos produzir cinco toneladas da farinha", diz Márcio André Furtado Freitas, presidente interino da cooperativa aos 22 anos.
Assim como a cooperativa do Amapá, a Associação de Moradores Produtores Rurais Extrativistas de Urucureá, no Pará, também envia parte de seu trabalho para o Sudeste do país. Gerente de vendas da comunidade, que produz sobretudo artesanato e tem o selo FSC, Rosângela Castro Tapajós tem de cuidar de uma equipe de 32 mulheres. "Hoje, produzimos cerca de 600 peças por mês e podemos vender um pouco mais caro. Antes vendíamos por um preço muito baixo em Santarém", diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário... o Planeta agradece!!!