sábado, 3 de abril de 2010

A "floresta em pé" precisa ser considerada como um negócio lucrativo...

Meio Ambiente - A conservação pura e os recursos governamentais não são suficientes para salvar a Amazônia e manter a floresta em pé. Esta é a opinião que o Presidente da ABEMC - Associação Brasileira de Empresas do Mercado de Créditos de Carbono, Flavio Gazani, defendeu, no Fórum Internacional de Sustentabilidade, que aconteceu nos dias 26 e 27 de março em Manaus, com a presença do ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, do especialista em biodiversidade, Thomas Lovejoy e do diretor de cinema James Cameron.

O desmatamento hoje representa cerca de 20% das emissões de gases poluentes causadores do aquecimento global. Nesse sentido, mecanismos financeiros como o REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, com inclusão do Manejo Florestal Sustentável) tem o potencial de reduzir as emissões de países em desenvolvimento, como o Brasil, em até 39%.

"O Manejo Florestal Sustentável, como meio de conservação, é o mais viável para preservar a floresta e conter o desmatamento, pois traz uma atividade econômica que gera empregos e renda para a comunidade local. A pura conservação florestal, mesmo que subsidiada pelos governos, não é sustentável. A real sustentabilidade atenta para os três pilares ambiental, social e econômico. Para que haja investimentos suficientes para preservarmos as florestas remanescentes no mundo precisamos fazer com que a "floresta em pé" seja um negócio lucrativo", alerta Gazani.

No entanto, o montante hoje disponibilizado pelos governos dos países desenvolvidos para o chamado IRPA (Arranjo de Parceria Interino para REDD), de US$ 3,5 bilhões, é pouco significativo frente à real necessidade para a preservação das florestas no mundo.

Segundo o presidente da ABEMC, é preciso incluir capital privado, que se move mais rápido e, portanto, possibilita a maior geração de renda e empregos.

Entre as mais de 1.4 bilhões de pessoas que vivem em extrema pobreza em todo o mundo, 90% delas dependem diretamente das florestas tropicais como meio de vida, inclusive como fonte de combustível.

A presença de projetos de manejo sustentável no País ainda é tímida, porém, mecanismos como o REDD+, atrelados ao capital privado, podem multiplicar o número de projetos, fomentando a atividade econômica das comunidades locais, capacitando mão-de-obra, além de preservar as florestas de forma contínua.

"Apesar de novo e sem regulamentação ainda estruturada, o mecanismo de REDD+ no Brasil já está se estabelecendo. Como o maior detentor das florestas tropicais remanescentes e com um clima de investimentos favorável, o Brasil deve assumir papel de liderança no sentido de incentivar tal mecanismo, incorporando o capital privado", completa.

O presidente da ABEMC cita levantamento recente que apontou a existência de pelo menos 44 projetos de REDD em desenvolvimento na Amazônia, sendo que 50% deles estão em elaboração, 37%, em implantação e 13%, aguardando para serem implantados.



Editoria: Vininha F.Carvalho - diretora da Del Valle Editoria

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