segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ocupação toma conta de reservas na cidade...

Vegetação e nascentes perdem espaço e são tomados por lixo, aterramento e urbanização desenfreada no Distrito Federal

Rafael Mouad  Jornal Coletivo
A ocupação desenfreada no Distrito Federal tem causado danos ambientais que, se não forem contidos, podem se tornar irreversíveis. Ocupação irregular de áreas de preservação, aterramento de nascentes e desmatamento são exemplos encontrados pelo jornal Coletivo em todo o DF e Entorno. O problema de degradação ambiental é histórico e muitas reservas já foram extintas. A ocupação dessas áreas também gera problema aos moradores principalmente durante a temporada de chuvas.

Segundo a coordenadora do programa Adote uma Nascente da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma), Vandete Inês Malbaner, as ocupações irregulares estão por todos os lados, como no caso dos condomínios do Lago Norte, Jardim Botânico, Varjão e São Sebastião. “Nascentes e áreas úmidas já deixaram de existir pela ação desordenada de ocupação irregular ambiental. Muitas são extintas propositalmente por moradores. Depósitos de entulhos são feitos para extinguir nascentes e forçar impermeabilização das águas para que ela se torne urbana.”

O comerciante Fábison Martins, morador de Vicente Pires, conta que a degradação do meio ambiente é um verdadeiro pesadelo. “O problema de erosão aqui é sério. Vem água de tudo o que é lugar. Quando chove arrebenta as casas que ficam na parte de baixo. O que está faltando são galerias de águas pluviais no local. É muita sujeira que chega de todos os lados”, lamentou.

Moradora há mais de oito anos da Vila São José, região vizinha à Vicente Pires, dona de casa Deusiane Lopes Leite disse que perdeu tudo o que tinha quando uma forte chuva derrubou sua casa em outubro de 2009. “Tinha uma vala, só que toda a água que caia vinha direto na vala, e ela não aguentou. Veio um monte de água e foi levando tudo. Não sobrou nada da minha casa. Aqui não tem como ficar pior, principalmente, quando chove. A cada dia piora mais. Toda a água que vem de cima dos terrenos cai direto aqui na minha casa e nas outras que estão aqui na parte de baixo da vila. Nem carro desce aqui”, finalizou.

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