quarta-feira, 28 de abril de 2010

Programa do governo federal, de forma legal, destruiu áreas em três biomas

PAC causa 730 km2 de desmatamento

O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), criado em 2007, já obteve 155 autorizações expedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para desmatar. Em outras palavras e de forma legal, já consumiu 730 km2 de florestas do Brasil, em três biomas distintos (Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica). Só para se ter uma idéia desta dimensão, a área é equivalente à metade do município de São Paulo. As informações são da Folha de S. Paulo.
O PAC abrange obras de recursos hídricos, usinas hidrelétricas, ferrovias e rodovias, entre outros empreendimentos. O mais recente deles é a polêmica construção da Usina de Belo Monte, no rio Xingu (PA), que teve seu leilão realizado a semana passada (apesar de protestos de ambientalistas, ribeirinhos e populações indígenas). Embora cada uma dessas autorizações tenha como contrapartida o plantio de uma área equivalente à devastada, inexiste uma fiscalização sobre o cumprimento dessas condicionantes.
As chamadas obras de infraestrutura do PAC preocupam especialistas, sobretudo quando o assunto são as rodovias. Este é o caso da BR-319 (Porto Velho - Manaus).  De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), 80% do desmatamento na região ocorre num raio de 50 quilômetros das margens das estradas. Para Adalberto Veríssimo, pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o sinal amarelo do desmatamento está ligado.  "A história mostra que o desmatamento ocorre na sequência de obras de infraestrutura.  Agora, o governo diz que não vai acontecer, mas existe o risco com essas obras do PAC", salientou à Folha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário... o Planeta agradece!!!