quarta-feira, 2 de junho de 2010

Marina Silva responde questionamentos de jornalistas e população.

A senadora licenciada informou que pretende explorar as mídias sociais na internet para superar o pouco tempo de TV no horário eleitoral

Por Redação Multimídia ES Hoje (redacao@eshoje.com.br)
 


Em entrevista concedida ao site UOL Notícias, na manhã desta terça-feira (01), a pré-candidata a presidência da República pelo Partido Verde (PV), Marina Silva, respondeu a questionamentos enviados por assinantes do portal e outros internautas. Além de perguntas de jornalistas.
A senadora licenciada informou que pretende explorar as mídias sociais na internet para superar o pouco tempo de TV no horário eleitoral gratuito. E explica: "Não tento passar uma falsa visão de que sou completamente enfronhada [na internet]. Conto com colaboradores. O que é feito por meus colaboradores está lá dito. O mesmo no meu blog. Mas não há nada que não passe por mim", disse.
Veja outros pontos da entrevista:
Sobre a escolha do viceMarina diz que Guilherme Leal sempre foi sua opção para a candidatura a vice, mas que ele próprio pediu um tempo para analisar a possibilidade de integrar a chapa.
Situação no PV"Me sinto confortável no PV assim como eu me sentia confortável no PT dentro da minha área de atuação", diz Marina Silva. "Nos comportamos como uma comunidade de pensamento", afirma a pré-candidata, sobre o movimento ambientalista.
Partidos"Obviamente o PT não é perfeito, o PV não é perfeito, nenhum partido é perfeito", afirma Marina. Ela também diz que não se pode perder o "bonde da história" em referência a um projeto de desenvolvimento sustentável.
Crescimento sustentável
Crescimento e preservação do meio ambiente não podem ser tratados como incompatíveis, diz Marina Silva. Ela cita o projeto de transposição do São Francisco, feito durante sua gestão, como exemplo disto. "Se tivéssemos feito os atalhos como alguns queriam, até hoje estaríamos na Justiça", diz.
Período de pré-campanha
Temos pessoas capacitadas nos ajudando a criar o programa de governo, mas no momento não podemos divulgar muita coisa, devido às limitações legais, diz a pré-candidata do PV.
Apoio do presidente do Lula
Marina Silva diz que, enquanto foi ministra, recebeu o respaldo político do presidente Lula em várias questões, mas que em outras não ocorreu este apoio. Se não fosse assim, eu não teria saído do governo, diz a pré-candidata. Não basta as ações restritivas, tinha que ter as ações proativas. "Quando você fecha a torneira da ilegalidade, tem que dar caminho para as coisas certas", afirma ela. Segundo a senadora, os ministérios de Agricultura e de Minas e Energia têm dificuldade nisto.
Sustentabilidade
"Nós podemos ter um país próspero mantendo a nossa galinha dos ovos de ouro, que são as riquezas naturais", diz Marina
Sobre a utilização do álcool
"Será que é possível mesmo criar uma bolha verde para o Brasil e nos proteger das emissões de CO2? É um conceito esdrúxulo de verde", diz Marina, afirmando que, enquanto existir emissão de dióxido de carbono no resto do planeta, ele continuará sob risco. Ela ressalta a importância de proteger o planeta inteiro, e não só o Brasil.
Propostas para a economiaSegundo Marina, pessoas têm que parar com ideia de que político deve ter um enunciado novo a cada momento. "Quando se diz que política econômica vem dando certo, a sociedade não deveria ver como estranhamento, e sim como um avanço", diz a pré-candidata. O bom senso nos diz que devemos ter claro primeiro que ninguém quer inflação. Controle é fundamental. A crítica é que isso não se contém só com alta de juros, e sim com controle de gastos públicos. "Para ela, a autonomia do BC é boa, mas não precisa ser institucionalizada, escrita na lei", afirma.
Pré-candidata diz que segurança pública teria três pilares em seu governo"São três: prevenção, a repressão, que não pode ter um foco específico, e o trabalho na inteligência", disse Marina, que disse que a questão das drogas precisa "de um olhar muito especial".
Marina alfineta Serra por acusação à Bolívia"Já taxam aquelas pessoas como se tivessem uma natureza contraventora e isso não é verdade. A maioria das pessoas são corretas e não podem ser chamadas de traficantes", disse a ex-ministra do Meio Ambiente. "Eu tenho dúvida se o governo da Bolívia não fosse de um índio se isso seria dito com tanta radicalidade", afirmou, ao ser questionada sobre acusações do tucano José Serra sobre o suposto vínculo entre o governo do país vizinho e o narcotráfico.
Marina diz que teria relacionamento diferente com Cuba e Irã"A forma de ajudar Cuba é trabalhar politicamente contra o bloqueio", afirmou a pré-candidata, que completou: "Não tem sentido a falta de democracia lá". Sobre o Irã, Marina disse torcer para que o acordo assinado com a ajuda do Brasil dê certo. Mas faz ressalva. "O Irã tem uma cultura de protelar e tem uma série de problemas com direitos humanos".
Senadora vê área cinzenta na política externa do governo Lula
"Em certos momentos houve relativização desses princípios [de direitos humanos]", afirmou. "O Brasil passou a ter um olhar para outras regiões do mundo e que não é por interesse comercial, mas sim uma relação fraterna com outros povos, principalmente a África. Isso é bom. Mas no governo Lula isso criou uma zona cinzenta", disse.
Ex-ministra se diz contra comparação entre escolas de ricos e pobres para concessão de recursos
"É fundamental que comecemos a olhar para o desempenho do professor e da instituição. Tenho posição crítica à avaliação entre uma instituição e outra. Escolas na periferia têm desempenho baixo. Aquela escola precisa ser avaliada em relação a si mesma. Se no fim do ano atingir a meta, obtém os recursos. Com isso você alavancaria essa instituição de ensino", disse.
Pré-candidata diz que valorizar professor é chave para educação
"É importante investir com recursos não só financeiros, mas também dando qualidade para os professores, os elementos mais importantes desse processo. Eles precisam de reconhecimento financeiro e social", disse.
Senadora diz que debate sobre aborto é moral
"Precisamos fazer um debate sério, estaremos fazendo uma grande discussão que envolve saúde pública, ética, assuntos morais", disse.
Plebiscito sobre aborto
"Acho que os que defendem o aborto não podem achar que quem é contrário é religioso fundamentalista. Conheço pessoas que não tem religião e são a favor do princípio a vida", afirmou a senadora, que, mesmo contrária à prática defende um plebiscito para decidir o assunto.
Sistema de saúdeSeria simplismo da minha parte diz que o calvário da saúde pública acabaria com a aprovação da emenda 29, diz Marina. Eu sei como é ser atendido como indigente e eu sei como é ser atendida pelo melhor hospital do mundo, afirma.
Reforma tributária e CPMF
Marina diz que é impossível querer modificar os tributos sem fala em reforma tributária. Segundo a senadora, existem algumas coisas para se ajudar a saúde sem criar uma nova CPMF, como a emenda 29, que estabelece a divisão dos recursos entre União, Estados e municípios.
Estado inchado
"Por que a gente não pensa em conter o drenamento da corrupção, para enxugar a máquina? A máquina é inchada, sim. O Estado brasileiro precisa ser aperfeiçoado, principalmente no seu inchamento, no seu aparelhamento", afirma Marina.
Pré-candidata diz que governo precisa apoiar construção de estádios para Copa do Mundo
"A Copa do Mundo é uma grande oportunidade, mas esses investimentos precisam de financiamento. São bilhões e bilhões que serão investidos. Esses investimentos precisam ser melhor qualificados, como aconteceu na Espanha durante as Olimpíadas", afirmou. "[Deve haver investimento] mesmo para estádio. O governo vai ter que investir, desde que com contrapartidas", disse.
Adoção de crianças por gays"Eu não tenho competência técnica para falar, estou formando uma opinião [sobre adoção entre pessoas do mesmo sexo]. Em relação ao casamento, o casamento é uma instituição de pessoas de sexos diferentes. Uma instituição pensada há milhares de anos. Não tenho uma posição favorável. Mas essas pessoas têm direitos e têm o direito de defender suas bandeiras", disse.
Liberação das drogas
"Existem drogas muito mais pesadas do que a maconha, que é usada para fins medicinais. Defendo um plebiscito", disse. "A discussão hoje não é a descriminalização, é a liberação das drogas. Eu tenho posição contrária."

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