Assoreamento e erosão, aliados à falta de consciência ambiental, estão destruindo veredas
Marcelo Calfat - Repórter
Os buritis, espécie de palmeira típica do cerrado, encontrados geralmente em áreas de preservação permanente, consideradas intocáveis pelo Código Florestal, estão desaparecendo no município. A palmeira cresce geralmente em regiões úmidas conhecidas como veredas, para poder disseminar os frutos. A reportagem do CORREIO de Uberlândia percorreu algumas áreas e observou que o assoreamento e a erosão, aliados ao desrespeito às faixas de preservação ambiental, estão diminuindo a ocorrência da espécie.
Segundo o pesquisador e professor de Planejamento Ambiental Douglas Gomes dos Santos, que acompanhou a visita, isso prejudica o meio ambiente. “O desaparecimento do buriti significa o comprometimento de todo o nosso recurso hídrico, pois a existência dele nos diz a existência da água potável”, afirmou.
Um dos pontos críticos é o assoreamento da vereda que existia na extensão do Córrego Alegre, na região sul. A água da chuva que desce dos bairros São Jorge e Shopping Park, próximo ao anel viário sul, na BR—050, assoreou o local. O córrego também foi contaminado pelo despejo clandestino de esgoto na rede pluvial.
Próximo ao Córrego Lagoinha, no bairro Lagoinha, também na zona sul, o lixo tomou conta de cerca de 10 metros em uma das margens e existem casas dentro da área de preservação. “É muito grave a situação dos buritizais e das veredas aqui em Uberlândia, por causa da falta de proteção e conservação”, disse Santos.
Para o professor, é preciso recuperar as áreas o quanto antes. “É possível recuperar, basta investimento. E temos que fazer isso agora, pois no futuro será quase impossível”, afirmou.
Secretaria recupera áreas
De acordo com a secretária municipal de Meio Ambiente, Raquel Mendes, a prefeitura tem feito o que está ao alcance, com a verba de 0,55% do orçamento do município destinada ao órgão. “No parque linear do Uberabinha, na margem esquerda, foram plantadas 40 unidades de buritis e 800 outras espécies adequadas às margens de curso d’água. Aos poucos estamos recompondo o que foi tirado”, disse. Segundo ela, nos novos loteamentos e bairros, é obrigatório cumprir a distância de preservação ambiental, de 50 metros a partir do último ponto úmido ou do último buriti. “Já nas áreas mais antigas, o município tem trabalhado para preservar e orientar a população, assim como autuar e multar quem devasta ou polui”, disse.
Saiba mais
Cursos d`água - Projetos de recuperação em execução
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Rio Uberabinha – parques lineares
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Fonte: Secretaria de Meio Ambiente
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