domingo, 11 de julho de 2010

Lixo pode virar energia limpa e reduzir impacto ambiental.

Usina de tratamento terá capacidade para abastecer 3.000 residências

QUEILA ARIADNE
 
Parece coisa de desenho animado, onde o lixo é usado para mover carros e foguetes. Mas é a vida real: o que você joga fora hoje pode voltar para sua casa, conduzido por fios de eletricidade. No Brasil já existem alguns aterros com usinas que reaproveitam o lixo por meio da queima. Agora, os resíduos também poderão virar energia por meio de um reator de micro-ondas. E Matozinhos, no interior de Minas Gerais, será o primeiro no país a ter essa tecnologia. Para começar, a usina de tratamento de resíduos, que está sendo construída junto com o aterro, terá capacidade de 1,5 MW/h, o suficiente para abastecer 3.000 residências.

A tecnologia foi desenvolvida pelo brasileiro Luciano Prozillo, diretor da Micro Ambiental. "O lixo passa por um reator de micro-ondas que retira sua umidade, aumentando seu poder combustível. Depois, ele é compactado e se transforma em briquetes (tijolinhos), que são queimados, liberando o vapor que vai mover turbinas e gerar energia, que poderá ser usada pela prefeitura ou comercializada no mercado livre", explica.

O projeto de Matozinhos é feito em parceria com a Cavo Serviços & Meio Ambiente. De acordo com diretor comercial da empresa, João Carlos David, o aterro deve ficar pronto em agosto e a usina em outubro ou novembro deste ano. "Nós fazemos a instalação dos equipamentos, quando tudo estiver pronto, a Prefeitura de Matozinhos vai ter que realizar uma licitação para definir quem vai operar a usina".

Ganhos. A prefeitura pode fazer essa licitação ou vender briquetes diretamente para potenciais consumidores, como cimenteiras. A procuradora geral do município, Maria Sílvia Viana, explica que ainda isso não está definido. Entretanto, qualquer uma das opções trará impactos econômicos e ambientais muito positivos. "Com a comercialização de energia, teremos aumento na arrecadação de impostos sobre serviços, além disso, como a tecnologia vai reduzir a emissão de poluentes, vamos nos credenciar a receber ICMS ecológico", avalia.

O projeto recebeu investimentos de R$ 10 milhões. Os recursos vieram do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro), pois, com a implantação da usina de tratamento de lixo, os afluentes do rio das Velhas estarão protegidos da contaminação por chorume - líquido tóxico gerado na decomposição do lixo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário... o Planeta agradece!!!