quarta-feira, 4 de agosto de 2010

DF pode ter a 1ª usina de geração de energia.

assessoria GDF
Rogério Rosso quer trazer modelo de Amsterdam para Brasília

A capital brasileira pode ter a primeira usina do país de geração de energia por meio da incineração de resíduos sólidos. O governador Rogério Rosso conheceu ontem, o modelo implantado pela capital holandesa para o tratamento de lixo. Amsterdam tem a maior usina lixo-energia do mundo. A partir de agora, o Governo do Distrito Federal passa a estudar o formato de uma parceria público-privada (PPP) para desenvolver o projeto, que se complementa com a construção do primeiro aterro sanitário da capital, em Samambaia.
O próximo passo para a implantação da usina elétrica de lixo em Brasília é a abertura, pelo governo, do processo de manifestação de interesse, onde parceiros privados apresentam ao GDF projetos para consolidar a iniciativa. A expectativa do governador Rogério Rosso é que haja um modelo para o tratamento térmico do lixo da capital em cerca de 30 dias. “Essa idéia se encaixa perfeitamente numa PPP que podemos fazer para complementar o aterro sanitário, cuja licitação está em andamento. Um projeto completa o outro”, explicou o governador.
A Agência Reguladora de Águas e Saneamento do DF (Adasa) organiza a concorrência pública para a implantação e operação do primeiro aterro sanitário do DF, entre o córrego Melchior e a DF-180, em Samambaia. A implantação do aterro é um compromisso do Programa Brasília Sustentável, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Meio Ambiente (Seduma), no contrato com o Banco Mundial (Bird) para a regularização fundiária definitiva da Estrutural.
O tratamento térmico do lixo nas usinas como a de Amsterdam, tem sido amplamente discutido em todo o mundo. Temperaturas elevadas associadas a um sofisticado sistema de limpeza dos gases da combustão satisfazem as normas ambientais mais exigentes. Já são aproximadamente 650 destas usinas em operação nos países desenvolvidos.
A energia produzida pela usina de Amsterdam abastece 100% da iluminação pública da cidade. Além disso, os resíduos incinerados viram matéria-prima para a pavimentação de vias públicas e calçadas e além da utilização do material na construção civil. “Pela sua característica de vanguarda, Brasília pode ser a primeira a ter uma usina. Este é um passo que nossa cidade pode e deve dar na proteção do meio ambiente, no aumento da qualidade de vida e na limpeza da cidade”, destacou Rosso.
O tratamento do lixo para a transformação em energia elétrica se dá em três fases. Na primeira, o lixo coletado é separado e armazenado em um enorme galpão. De lá, segue para a incineração em vários fornos com temperatura de 420º C. A energia elétrica gerada pela queima segue por uma rede para a distribuição e os resíduos são armazenados em área externa pelo período de um ano, na última fase do processo. A fumaça também passa por um processo de limpeza antes de ser lançada no meio ambiente. “Do lixo vai diretamente para o asfalto, o tijolo, num processo automatizado e limpo, onde não existe cheiro, sujeira e a custos relativamente baratos em função do benefício”, ressaltou o governador.
Os holandeses contam com 120 anos de experiência no tratamento térmico do lixo. A usina de Amsterdam incinera 450 toneladas de lixo diariamente. Todo esse lixo gera um milhão de megawatts (mwh) de energia por ano. Esse valor representa seis vezes a geração de energia de Corumbá IV, por exemplo. Atualmente, 600 caminhões e um trem de carga despejam os resíduos sólidos urbanos da capital na usina, operada por 340 funcionários. Do lixo coletado, 99% é reciclado pela usina na incineração.
Saiba mais
Os 27 países da Comunidade Européia discutem há muito tempo a questão ambiental do tratamento do lixo. Embora melhores que os lixões, os aterros sanitários não são vistos como solução mais adequada do ponto de vista ambiental e sua adoção está sendo reduzida drasticamente. A ideia é banir esse tipo de tratamento de lixo até 2020, sendo que na Alemanha a proibição já é total desde 2005.
A alegação de especialistas é de que, além dos impactos ambientais, a cada 20 anos, em média, um novo aterro é necessário, por conta do comprometimento da estabilidade da montanha formada pelo lixo. Os aterros encerrados, como vai ser o caso do lixão da Estrutural, devem ser monitorados por pelo menos 40 anos para o controle de efluentes poluidores, como o chorume.

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