terça-feira, 19 de outubro de 2010

COP 16 – Propaganda Política Global?

A semelhança entre as eleições e a convenção do clima está se tornando cada vez mais clara. Assim como quando estão em campanha, os políticos começam a preparam seus discursos e apresentar projetos nas vésperas do evento, provavelmente para que se fixe a idéia de trabalho sério e compromisso na mente das pessoas. Após 10 meses de inúmeros desastres ambientais dos mais diversos tipos, onde tivemos terremotos devastadores, vazamento de petróleo recorde, incêndios em grandes áreas e a pouco, vazamento de produtos químicos em grande escala, começamos a entrar na reta final antes da COP 16 em Cancun e sendo assim, é hora dos governantes mostrarem serviço.
Na semana passada, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira informou que o governo brasileiro pretende anunciar em novembro uma queda recorde no desmatamento na Amazônia e o lançamento de um fundo sobre o clima financiado pela indústria do petróleo. O Brasil segue assim o compromisso feito na COP 15 de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 39% até 2020, em relação aos níveis de emissão de 2005. Resta saber se o controle do desmatamento será realmente suficiente para alcançar este número, ou se em breve teremos metas voluntárias para atingir este corte expressivo das emissões nacionais.
Já a administração de Obama continua apoiando os combustíveis renováveis, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) aprovou a mistura de maiores concentrações de etanol na gasolina para novos veículos, permitindo que ele responda a até 15% do produto vendido nos postos. No entanto ainda não há uma posição forte e definitiva em relação a metas rígidas de redução de emissão de GEE, a política climática dos EUA ainda não foi aprovada e sendo assim pouco se pode esperar do país nesta 16ª edição da conferência das partes.
A COP 15 em Copenhagen foi um evento que ficou marcado por uma aparente falha, pois a expectativa criada em relação à conferência foi grande demais, e na mídia foi tratada de forma equivocada. A superexposição acabou atraindo centenas de líderes e o holofote do mundo, onde políticos acabaram tomando o lugar de cientistas e especialistas, distanciando de certa forma o real foco do debate. A expectativa para este ano é que dezembro não seja apenas mais algumas semanas de horário eleitoral, as promessas já estão começando a ser feitas, os personagens estão entrando em cena, resta agora torcer para que cada um assuma seu devido lugar e que o debate seja realmente produtivo.

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