sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Projetos de São Paulo, Manaus, Salvador e Brasília não definiram projeto paisagístico do entorno.

Estádios ainda sem paisagismo


Por: Regina Rocha


Nem todas as arenas da Copa têm propostas de paisagismo definidas e especificadas. É o caso da Arena Corinthians, que ainda não dispõe de um projeto paisagístico para o entorno. Segundo o arquiteto Anibal Coutinho, do CDCA, autor do projeto de arquitetura do novo estádio, quem vai decidir o responsável por esta parte será o próprio clube paulistano. O que não significa dizer, se apressa Coutinho, que o conforto ambiental não fará parte das preocupações, pelo contrário, enfatiza.

"A ideia é que o tratamento ambiental seja emblemático. A arborização, por exemplo, deverá ser concebida não como uma ilha ao redor do estádio, e desconectada do restante da região, mas se estendendo a uma ampla área", avisa o arquiteto. Por isso, ele acrescenta, "o estádio tem um desenho aberto, com visibilidade tanto de dentro para fora, como o inverso, para que o paisagismo possa ser apreciado a média distância, sem bloquear o olhar", conclui.

No projeto da Arena Amazônia, o foco é manter livres as áreas do entorno imediato, como uma exigência da Fifa para instalação de suas tendas de apoio. Segundo o arquiteto Ralf Amann, do escritório alemão GMP, só após os jogos da Copa o governo do Amazonas pretende cuidar desta parte, sendo que a ideia (por enquanto apenas ideia) é a introdução de arborização e plantas, além de chafarizes para amenizar o calor. Por ora, mas destacado do projeto da arena, há a iniciativa do governo estadual e prefeitura de Manaus de desenvolvimento de um plano de reflorestamento das margens dos igarapés da cidade.

Também em Brasília, os planos para a região do entorno do Mané Garrincha estarão sob responsabilidade do setor de planejamento urbano do governo do DF. No caso do projeto de arquitetura do estádio, de autoria do arquiteto Eduardo de Castro Mello, a sustentabilidade fica restrita ao próprio desenho do estádio, que traz, por exemplo, espaços vazados entre os degraus das arquibancadas, para possibilitar ventilação cruzada e maior conforto térmico aos torcedores.

Este tipo de recurso está sendo adotado em outros estádios, como o Fonte Nova, de Salvador, onde o partido arquitetônico visa a melhorar a ventilação natural nas áreas internas, criando corredores de circulação abertos, com materiais refletivos para os vidros e na cobertura, explica o arquiteto Marc Duwe, um dos autores do projeto. O projeto do estádio não inclui as áreas externas. Na poligonal do estádio, a responsabilidade pela urbanização desses espaços está nas mãos do consórcio construtor. São eles que cuidarão de planejar o desenho urbano do entorno, os acessos do estádio, estacionamentos e áreas de hospitalidade ligadas ao estádio. As áreas verdes darão apoio a esse projeto, informam os gerenciadores desse plano.

Beira-Rio: áreas verdes nas proximidades
Castelão: estádio será ligado a parque
Curitiba: arena tem área verde ao lado
Mineirão: diálogo com o parque da Pampulha
Cuiabá: bom exemplo de paisagismo

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