sábado, 23 de maio de 2009

Brasil: Submarino nuclear é fundamental para a defesa da Amazónia Azul - Comandante da Marinha do Brasil Rio de Janeiro, Brasil, 23 Mai (Lusa)

O submarino de propulsão nuclear brasileiro é fundamental para garantir a defesa da Amazónia Azul, uma área equivalente à dimensão da Floresta Amazónica no mar, defendeu o Comandante da Marinha do Brasil.


Rio de Janeiro, Brasil, 23 Mai (Lusa) -- O submarino de propulsão nuclear brasileiro é fundamental para garantir a defesa da Amazónia Azul, uma área equivalente à dimensão da Floresta Amazónica no mar, defendeu o Comandante da Marinha do Brasil.

"O submarino de propulsão nuclear é fundamental como um instrumento de dissuasão, eles são silenciosos e operam em águas rasas. São de muita importância para podermos tomar conta de áreas de proximidade de plataformas e para tomarmos conta da nossa Amazónia Azul", afirmou o almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto, no Rio de Janeiro.

Segundo o comandante da força, é "indispensável para a meta maior construir o submarino de propulsão nuclear" em que desde o início do Programa Nuclear desenvolvido pela Marinha do Brasil, em 1979, foram investidos 1200 milhões de dólares (cerca de 870 milhões de euros).

"Já se gastou muito dinheiro, mas as cifras são muito menos que outros países gastaram para chegar ao mesmo estádio", argumentou o almirante Moura Neto ao referir a necessidade de o Brasil alcançar a sua independência tecnológica.

O programa nuclear brasileiro, segundo o almirante, é o "grande ponto superior da tecnologia da Marinha" e também de cunho estratégico que demanda maior parte de recursos da força.

Para encerrar o programa nuclear que envolve o domínio da tecnologia de enriquecimento do urânio, a construção de centrífugas e de um gerador de energia eléctrica que produza a partir da energia nuclear, serão precisos mais um mil milhão de reais (360 milhões de euros) até 2014, o equivalente a 130 milhões de reais (46 milhões de euros) por ano adicionais ao orçamento da força.

A previsão é que a partir de 2014, o Brasil dê início à construção do submarino a propulsão nuclear com um prazo mínimo de, pelo menos, seis anos.

Contudo, o Almirante Moura Neto admite a insuficiência de recursos e os atrasos ocorridos no programa. Ainda assim, enfatiza que o Brasil já está a ingressar na fase final do programa nuclear.

O grande espaço chamado de Amazónia Azul inclui uma área de 4,5 milhões de quilómetros quadrados, equivalente a metade do território brasileiro e possui grande quantidade de recursos, como, por exemplo, o petróleo, em que mais de 85 por cento dele é extraído do mar. Os campos de Tupi, na Bacia de Santos que extraem da camada pré-sal, por exemplo, estão localizados a 150 milhas da costa.

Com toda esta riqueza, o almirante Moura Neto admite que a Marinha do Brasil "se vê hoje numa dicotomia" devido a insuficiência de recursos. "A Marinha padece de uma crise de reaparelhamento em face de orçamentos insuficientes no decorrer de alguns anos", refere.

"Existe no mar uma outra Amazónia tão importante quanto a Amazónia verde, com tantos recursos que precisam ser entendidos, preservados e utilizados", destaca.

E, neste sentido, o comandante da força explica que entre as metas prioritárias no Programa de Reaparelhamento estão incluídas a construção de quatro submarinos convencionais Scorpènes em conjunto com a França e o projecto e construção do submarino nuclear.

Num primeiro momento, até 2014, está previsto um investimento da ordem de 23 mil milhões de reais (cerca de oito mil milhões de euros).

Um ponto ainda sensível é a reivindicação do aumento da plataforma continental para além das 200 milhas junto a Comissão de Limites das Nações Unidas para estender o património marítimo brasileiro em cerca de um milhão de quilómetros quadrados.

No entanto, a ONU libertou cerca de 800 mil quilómetros quadrados, o Brasil deverá pleitear ainda o restante este ano.

"Vamos buscar argumentos técnicos para contrabalançar os argumentos da Comissão de Limite. Vamos lutar por esses 200 mil quilómetros. São limites e a gente não cede um milímetro", afirmou o almirante Moura Neto.

FO.

Lusa/fim

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