terça-feira, 26 de maio de 2009

Catadores fazem protesto pela gestão atual do lixo

MOBILIZAÇAO > GRUPO QUER GERIR A USINA MUNICIPAL DE RECICLAGEM

Durante a tarde de ontem, os trabalhadores caminharam pelas principais ruas do Centro de Santa Cruz do Sul


Uma manifestação pacífica marcou a caminhada de integrantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) de Santa Cruz do Sul. A passeata realizada ontem à tarde reuniu cerca de 20 trabalhadores, que saíram da Praça Siegfried Heuser, passando pelas principais ruas do Centro. No saguão da Prefeitura, a categoria teve uma audiência conjunta com a prefeita Kelly Moraes, Procuradoria Jurídica e dois secretários. Os catadores promoveram o ato em defesa do trabalho, da geração de empregos, da preservação da natureza e do bem público.

Durante o trajeto, panfletos foram entregues à população, enquanto o coordenador do MNCR, Fagner Jandrey, explicava o motivo do protesto. Segundo ele, o atual modelo de gestão do lixo no município é insustentável. “Apenas 8% do material é reciclado e o resto vai para um aterro em Minas do Leão”, afirma. Por ano, a Prefeitura gasta cerca de R$ 4 milhões com o recolhimento do lixo seco e orgânico.

Os resíduos são encaminhados para a Usina Municipal de Reciclagem, que é gerida pela Cone Sul, vencedora da licitação na administração passada. Por mês, a empresa recebe aproximadamente R$ 22 mil para a manutenção do local e o pagamento de salários. “Não queremos excluir a empresa. Estamos pedindo que se passe uma parte do serviço (coleta seletiva e gestão da usina) aos trabalhadores da reciclagem. Ela continuará com a coleta de lixo orgânico, transporte e destinação final”, ressalta Jandrey.

Na sede do Executivo, participaram da audiência a prefeita Kelly Moraes, o procurador adjunto, Luciano Almeida, o secretário de Meio Ambiente, Alberto Heck, a secretária de Desenvolvimento Social, Núbia Bruch e Jonas Mello, que representou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. De acordo com a prefeita Kelly, o governo está disposto a dialogar com a categoria. Ela solicitou a relação das famílias que dependem desse tipo de serviço. Estima-se que hoje existam 100 famílias, mas Kelly quer saber o número oficial para que o cadastramento possa ser feito. Um novo encontro está marcado para o próximo dia 3.

No último dia 18, a promotora de Defesa Comunitária, Roberta Brenner de Moraes, instaurou um inquérito civil para apurar o cumprimento do contrato do município com a Cone Sul sobre a coleta e a destinação do lixo na cidade. O caso foi denunciado ao Ministério Público pelo próprio MNCR, alegando que alguns pontos estariam sendo descumpridos. Tanto Kelly como Almeida garantiram que, se houver irregularidades nas cláusulas, o contrato pode ser rescindido. A investigação do MP deve ser concluída até a semana que vem.



Representantes do Movimento tiveram audiência no saguão da Prefeitura



Alberto Heck

2 comentários:

  1. Thaís,

    Ações como esta relatada acima deveriam se disseminar pelo Brasil todo. Precisamos de mais foco na reciclagem e de pessoas atuantes. Se não ligarmos para a natureza, ela não ligará para nós, e nós sempre seremos os mais prejudicados nesse braço de ferro.

    Abraço e parabéns pelo blog!

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  2. Thaís,

    Ações como esta relatada acima deveriam se disseminar pelo Brasil todo. Precisamos de mais foco na reciclagem e de pessoas atuantes. Se não ligarmos para a natureza, ela não ligará para nós, e nós sempre seremos os mais prejudicados nesse braço de ferro.

    Abraço e parabéns pelo blog!

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