Os mosquitos mostraram-se também mais resistentes à poluição do rio e aos inseticidas aplicados pelo Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura do município. Segundo a pesquisa, o local é um dos ambientes preferidos para reprodução do mosquito por causa dos altos índices de poluição da água por esgoto doméstico, já que os poluentes orgânicos são alimento para essa espécie.
A pesquisa empregou uma técnica recente e ainda pouco conhecida, a Morfometria Geométrica, uma ferramenta matemática que permite descrever alterações morfológicas complexas em processos biológicos e evolutivos.
Em matéria publicada pela agência USP, o biólogo e professor de pós-graduação Lincoln Suesdek, afirmou que a pesquisa pode ajudar não só no combate ao inseto, como também no controle à poluição. "Se estivermos corretos, o mosquito funcionaria como bioindicador dos níveis de poluição do rio e auxiliaria em políticas governamentais e ações sociais que visem à melhoria da qualidade das águas fluviais. Além disso, o emprego inadvertido de inseticidas também deverá se revisto, já que nesse caso, não tem funcionado como previsto", disse.
Conforme avaliação do biólogo, o inseto vem apresentando "surpreendente" facilidade em se adaptar a novos ambientes e também aos inseticidas mais comumente usados, além de estar evoluindo muito rapidamente.
Para os pesquisadores, é preciso que o Centro de Controle de Zoonoses, órgão da prefeitura responsável pelo combate ao inseto, reveja suas estratégias. Além de fazer uma troca periódica do inseticida, seria necessário deixar as margens livres de mato, combater a poluição e aumentar a velocidade da água, porque o inseto se reproduz em água parada.
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