Vinte e seis municípios aderiram ao apagão de hoje. Espera-se que um milhão de portugueses desligue os interruptores durante uma hora
Em Portugal, que apenas em 2009 aderiu à Hora do Planeta - uma iniciativa promovida pela World Wide Fund for Nature (WWF) -, são 26 os municípios a participar no apagão entre as 20h30 e as 21h30. Contando com aqueles que não abdicarão de desligar o televisor durante o jogo da bola de logo à noite, a organização estima que cerca de um milhão de portugueses se deixe ficar às escuras.
A responsável pela comunicação da iniciativa da WWF, Ângela Morgado, explicou ao PÚBLICO que as estatísticas da energia que poderá ser poupada com este gesto não são o que importa, por se tratar, precisamente, de uma acção simbólica (a WWF nem sequer conseguiu obter os dados relativos ao ano passado).
No entanto, "tendo por base uma equação muito rudimentar, podemos prever que, se um milhão de portugueses aderir à Hora do Planeta, se gaste, durante essa hora, menos cinco por cento de energia do que o habitual". Esta previsão baseia-se nos números avançados por Sydney em 2007: com dois milhões de pessoas às escuras naquela que é a mais populosa cidade australiana reduziu-se em dez por cento o consumo de energia habitual naquela hora.
Dois interruptores gigantes - um em Lisboa, junto à Fonte Luminosa de Belém, e outro em Faro, junto ao Arco da Vila - são desligados para assinalar o início da Hora do Planeta. Monumentos como a Ponte 25 de Abril, o Mosteiro dos Jerónimos, o Cristo-Rei ou o Castelo de São Jorge, em Lisboa, ou a Torre dos Clérigos e as pontes D. Luís e D. Maria, no Porto, ficam às escuras.
A Quercus, que nenhuma relação tem com a organização da Hora do Planeta, mas que se mostra "solidária" com a iniciativa, sublinha ser "fundamental e possível tornar isso um hábito". "As luzes dos monumentos e de muitas estradas deveriam ser desligadas todos os dias", defende Francisco Ferreira. "A iluminação pública é onde o consumo de electricidade mais tem crescido nos últimos anos. E isso deve ser avaliado pelas autarquias, porque, para além de ter custos muito elevados, tem um impacto ambiental considerável."
Recorde de adesão
O objectivo inicial da WWF portuguesa de duplicar o número de municípios participantes no ano passado já foi ultrapassado, mas, diz Ângela Morgado, "ainda há um longo caminho a percorrer", num país com 308 municípios. "Portugal poderá, no próximo ano, ter já cem municípios aderentes", arrisca prever.
Lisboa, Porto, Faro, Almeirim, Vila Real, Aveiro, Esposende, Águeda, Horta, Angra do Heroísmo e Lajes do Pico, nos Açores, Vila Nova de Famalicão, Loulé, Sintra, Albufeira, Tomar, Viseu, Amadora, Mirandela, Guarda, Matosinhos, Lamego, Setúbal, Sertã, Vale de Cambra e Coruche são os 26 municípios aderentes.
Mas não é só a adesão dos municípios que dita o sucesso da iniciativa, entendem os promotores. "Nas redes sociais o número de apoiantes portugueses não pára de aumentar", revela Ângela Morgado, referindo-se ao Facebook.
Contavam-se ontem perto de 11 mil registos portugueses no mapa mundial de apoio à iniciativa da WWF. Em Espanha eram quase 80 mil e no Reino Unido o número de apoiantes estava perto dos 1,4 milhões (os registos eram 5,7 milhões a nível mundial).
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