Nos Estados Unidos, só o estado da Califórnia distribui 19 bilhões de sacolas plásticas ao ano! É muita sacola…
Motivados pelo desastre ambiental do petróleo liberado no Golfo do México, as autoridades californianas resolveram tomar uma atitude a respeito das sacolas plásticas – elas próprias fruto do petróleo e, portanto, demandantes desta indústria perigosa – e definiram em lei o banimento da distribuição gratuita do item.
Aguardando assinatura do Governador Arnold Schwarzenegger, a lei estabelecerá que a venda das sacolas a 25 centavos de dólar será permitida. As experiências internacionais demonstram que esta limitação é muito bem-sucedida em reduzir drasticamente o consumo de sacolas plásticas – na Irlanda, a redução foi de 97%, e, em Washington, onde a cobrança de 5 centavos foi estabelecida no final do ano passado, o consumo caiu de 22 milhões para 3 milhões de sacolas ao mês!
Será esta a melhor alternativa para reduzir o consumo de sacolas plásticas?
No Brasil, muito se fala no uso que todos fazemos das sacolas plásticas gratuitas como saquinhos de lixo, e este é o maior argumento para que as sacolas não deixem de ser distribuídas. No entanto, ainda que haja esta alta taxa de reutilização das sacolas plásticas, muitas acabam parando na natureza ou nos bueiros, além de colaborarem para a diminuição da vida útil de aterros e lixões ao impermeabilizarem os montes de lixo e favorecerem a geração de bolsões de gás metano.
Há outras soluções para o acondicionamento de lixo doméstico que reduzem a necessidade de sacos plásticos – há até mesmo sacos plásticos mais interessantes ao meio ambiente do que as sacolas plásticas feitas de matéria-prima virgem, como é o caso dos sacos feitos de plástico reciclado. A separação do lixo e correta destinação dos materiais recicláveis, como garrafas de vidro e PET, dispensa o uso de sacolas plásticas. A compostagem de resíduos orgânicos exigirá uma forma biodegradável e compostável de acondicionamento do lixo de cozinha e podas de jardim.
O fato é que precisaremos – um pouco atrasados em relação a outras nações do mundo – aprender uma nova relação com o lixo que geramos. Antes de mais nada, reduzi-lo ao máximo, pois o planeta não é grande suficiente para nós e todo o resíduo que geramos. Depois, olhar para o que antes chamávamos “lixo” e começar a ver “matéria-prima“, “dinheiro“, “oportunidade“, “renda para família mais carentes” – materiais recicláveis como plástico, vidro, aço, alumínio, e também os resíduos orgânicos, são fonte de renda e matéria-prima para produzir novos itens. É preciso rever nossos conceitos frente a nova realidade: a de um planeta exausto e lotado de pessoas que querem consumir sempre mais e mais.
Como dizemos sempre, sacolas plásticas são só a ponta do iceberg – mas uma ótima oportunidade para começar a olhar diferente para hábitos arraigados e automáticos que trazem consequências danosas à nossa própria qualidade de vida. Não custa nada lembrar mais uma vez: ao mudarmos de atitude como consumidores, nos tornarmos mais responsáveis com o futuro, não estamos “salvando o planeta” – e sim a nós mesmos.
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirGostaria de propor uma parceira entre nossos blogs.
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Parabéns pelo trabalho.
Um abraço